Eu me lembro. Era menino, meados da década de 50 do século passado, o padre Evaldo, chegava no Sanharol em Várzea-Alegre e se hospedava na casa de minha avó Josefa Alves de Morais.
Durante a semana o padre saia com o meu pai de casa em casa da ribeira do Riacho do Machado pedindo doações para o Seminário do Crato. A moeda existente à época era arroz. Uma quarta numa casa, meia noutra, vinte litros aqui dez litros ali.
José Raimundo de Morais, meu pai.
No final da coleta das doações o Padre Evaldo somava as quantidades e o meu pai entregava do seu arroz, guardado no paiol e produzido em anos anteriores.
O padre seguia viagem com a carga no caminhão, cabia ao meu pai, sair novamente, de casa em casa juntando as doações muitas vezes recebendo em produtos de qualidade inferior ao entregue. Era assim todo ano de bom inverno.
Os católicos varzealegrenses sempre colaboraram com as ações da Diocese de Crato. Povo de atitudes generosas e virtuosas.
Depois do Padre Evaldo, outro padre de nome José também fez campanhas arrecadadoras de arroz na região do Riacho Machado em Várzea-Alegre. Sempre no mesmo modelo, sempre na casa de minha avó e acompanhado por meu pai.
ResponderExcluirMorais, o impressionante é como esses homens que contribuiram para a história e crescimento de Varzea Alegre, são esquecidos.
ResponderExcluirA lembrança é muito pouca de quem fez muito, numa época em que não se tinha tanto.
Portanto vivemos num mundo do imediatismo, onde as histórias passadas tendem a se perder no tempo.
Este blog dentre outras coisas, tem o objetivo de marcar no tempo as histórias que seriam esquecidas.
As gerações vindouras não se lembrarão dos homens que contribuiram para o crescimento da Varzea Alegre.
E por aí amigo Ênio Menezes. Mas, pelo menos a minha avó e o meu pai faziam sem vaidade. O espirito de solidariedade cristã estava presente em suas vidas.
ResponderExcluirMorais: Creio que o Pe. José a que você se refere e que substituiu o Pe. Evaldo é o Pe. José Vicente Pinto de Alencar da Silva, atual pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Crato.
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