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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 27 de novembro de 2016

Seminário do Crato - Por Antônio Morais


Eu me lembro. Era menino, meados da década de 50 do século passado, o padre Evaldo, chegava  no Sanharol em Várzea-Alegre e se hospedava na casa de minha avó Josefa Alves de Morais.

Durante a semana o padre saia com o meu pai de casa em casa da ribeira  do Riacho do Machado pedindo doações para  o Seminário do Crato. A moeda  existente à época era  arroz. Uma quarta numa casa, meia noutra, vinte litros aqui  dez litros ali.


José Raimundo de Morais, meu pai.

No final da coleta das doações o Padre Evaldo somava as quantidades e o meu pai entregava do seu arroz, guardado no paiol e produzido em anos anteriores. 

O padre  seguia viagem  com a carga no caminhão, cabia ao meu pai, sair novamente, de casa em casa juntando as doações muitas vezes recebendo em produtos de qualidade inferior ao entregue. Era assim todo ano de bom inverno.

Os católicos varzealegrenses sempre colaboraram com as ações  da Diocese de Crato. Povo de atitudes generosas e virtuosas.

4 comentários:

  1. Depois do Padre Evaldo, outro padre de nome José também fez campanhas arrecadadoras de arroz na região do Riacho Machado em Várzea-Alegre. Sempre no mesmo modelo, sempre na casa de minha avó e acompanhado por meu pai.

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  2. Morais, o impressionante é como esses homens que contribuiram para a história e crescimento de Varzea Alegre, são esquecidos.

    A lembrança é muito pouca de quem fez muito, numa época em que não se tinha tanto.

    Portanto vivemos num mundo do imediatismo, onde as histórias passadas tendem a se perder no tempo.

    Este blog dentre outras coisas, tem o objetivo de marcar no tempo as histórias que seriam esquecidas.

    As gerações vindouras não se lembrarão dos homens que contribuiram para o crescimento da Varzea Alegre.




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  3. E por aí amigo Ênio Menezes. Mas, pelo menos a minha avó e o meu pai faziam sem vaidade. O espirito de solidariedade cristã estava presente em suas vidas.

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  4. Morais: Creio que o Pe. José a que você se refere e que substituiu o Pe. Evaldo é o Pe. José Vicente Pinto de Alencar da Silva, atual pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Crato.

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