Segundo jornal, executivos da Odebrecht vão dizer que governo deu garantias de que escolheria um nome que beneficiaria empreiteiros presos
A ser como informam Wálter Nunes e Bela Megale na Folha desta segunda, a situação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do STJ, fica especialmente delicada.
Segundo a reportagem, executivos da Odebrecht que decidiram colaborar com a força-tarefa vão relatar aos procuradores que advogados e executivos da empresa receberam de representantes do governo a informação de que Dilma nomearia um ministro “garantista” para o tribunal. Na linguagem que se falava naquele tempo, isso queria dizer: alguém que atuaria para tirar da cadeia Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, então presidente da Andrade Gutierrez.
Dilma nomeou Navarro. Coincidência ou não, ele foi o único dos cinco ministros da turma a votar em favor da libertação de Marcelo. Segundo o ex-senador Delcídio do Amaral, esse era o propósito de Dilma ao fazer a escolha. A atuação de Navarro está sendo examinada agora pelo Conselho Nacional de Justiça.
Ouvido a respeito, José Eduardo Cardozo, ex-titular da Justiça, afirmou que era público o compromisso do governo de nomear ministros “garantistas” — que seriam especialmente preocupados com o direito de defesa. É… Ocorre que, no caso, a ser como se diz, o dito-cujo já chegava com uma tarefa.
Brinquei outro dia aqui que a política está pautada pela TPO, ou Tensão Pré-Odebrecht. E essa preocupação se estende a todo o espectro político.
Segundo informa a Folha, dois funcionários da empresa presos na 26ª fase da Operação Lava Jato vão ensinar os policiais a operar o sistema que guarda os segredos do tal “Departamento de Operações Estruturadas”, que cuidava da movimentação do dinheiro que abastecia os políticos.
Neste caso quem é mais canalha. O bandido que está preso, a bandida que nomeia o juiz ou o bandido que aceita?
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