Uma comparação entre o modo inglês e o modo brasileiro de enfrentar as respectivas crises evidencia as virtudes do primeiro e as desvirtudes do segundo. A saber:
Inglaterra – No dia 24 de junho, o eleitorado aprovou a saída do país da União europeia e abalou as estruturas do poder. O primeiro-ministro David Cameron anunciou de imediato que iria renunciar, mas não disse quando. Talvez em outubro. Em 11 de julho, segunda-feira, Cameron anunciou que na quarta-feira, dia 13, deixaria o cargo. O Partido Conservador entregou-se a entendimentos internos e no dia seguinte escolheu Theresa May para sucessora de Cameron. Na quarta-feira, Theresa May assumiu o posto.
Brasil – O processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff foi autorizado pela Câmara dos Deputados em 17 de abril. No dia 26 de abril foi instalada a comissão do Senado encarregada de analisar a matéria. A votação no plenário está prevista para agosto. O processo de cassação do deputado Eduardo Cunha foi iniciado no conselho de Ética da Câmara no dia 3de novembro de 2015. Seguiram-se manobras protelatórias que se prolongaram até 14 de junho último, quando a cassação foi aprovada. Recurso foi então encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça, oportunidade para novas manobras protelatórias. O caso continuou até a última quinta-feira, dia 14, quando o recurso foi finalmente recusado. A votação em plenário ficou para agosto. Talvez.
Na Inglaterra, o vácuo de poder foi resolvido em vinte dias, a contar do Brexit, ou em três, a contar do anúncio de Cameron do dia em que deixaria o cargo. No Brasil, o impeachment da presidente segue há três meses sem solução. A cassação do presidente da Câmara arrasta-se há nove meses.
(*) Roberto Pompeu de Toledo, jornalista. Artigo publicado na VEJA de 20-07-2016.
Prezado Armando Rafael - Eu já não tenho nenhuma duvida quanto as vantagens da Monarquia sobre a Republica. Mas, devo reconhecer que a Republica Brasileira foi destroçada por exclusividade do PT, Lula e seus derivados.
ResponderExcluir