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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 25 de outubro de 2016

Cármen Lúcia rebate Renan: ‘Também fui agredida. Exijo respeito’.

Sem citar nomes, a presidente do STF disse que é "inadmissível" um juiz seja diminuído fora dos autos

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, saiu nesta terça-feira em defesa do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que autorizou a prisão de quatro policiais legislativos na Operação Métis. 

A ação foi duramente criticada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que chamou o magistrado de “juizeco” e o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de “chefete de polícia”. Renan ainda classificou como “fascistas” os métodos da ação deflagrada na última sexta-feira.

Sem citar nomes, Cármen Lúcia exigiu respeito à categoria e disse ter se sentido agredida com as ofensas a Vallisney. “Não é admissível que, fora dos autos, qualquer juiz seja diminuído ou desmoralizado. Como eu disse, quando um juiz é destratado eu também sou. Exigimos o igual respeito para que tenhamos uma democracia fundada nos princípios constitucionais”, disse a ministra, em sessão no Conselho Nacional da Justiça, nesta terça-feira.

Como presidente do Senado, Renan Calheiros é responsável pela Polícia da Casa. Foi ele quem nomeou o chefe da corporação, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, que foi preso e afastado do cargo na sexta-feira. 

Nos autos, o juiz Oliveira disse que ele era o “líder da associação criminosa” e que os “fatos eram gravíssimos”. Os policiais legislativos são investigados por prestarem serviços de contrainteligência a senadores e ex-senadores com o intuito de obstruir operações da Polícia Federal, entre elas a Lava Jato.

A presidente do STF ainda afirmou que a legislação brasileira é “pródiga” em garantir aos cidadãos que questionem as decisões do judiciário.”Numa democracia, o juiz é essencial como são essenciais os membros de todos os outros poderes. Toda vez que um juiz é agredido, eu e cada um de nós é agredido. E não há a menor necessidade de numa convivência democrática, livre e harmônica, haver qualquer tipo de questionamento que não seja nos estreitos limites da constitucionalidade e da legalidade. O poder judiciário forte é uma garantia forte para o cidadão”, disse Cármen Lúcia.

3 comentários:

  1. É...

    Morais:

    Taí a peça que faltava no Taboleiro da Justiça Brasileira, "Sua Excia a Doutora Cármen Lucia". Suas palavras são fortes, seguras e bem delineadas e ela fala com o coração quando diz: "O Poder Judiciário forte é uma garantia forte para o cidadão". Percebemos em suas palavras que ninguém ficará acima da lei, nem políticos/criminosos poderosos nem mesmo desembargadores e juízes corruptos, vendedores de sentenças e outros meios afins.

    O Sr. renam foi infeliz, com a corda no pescoço e ainda querendo cantar de galo.

    Vamos aguardar o andar da carruagem.

    Vicente Almeida

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  2. Renan é um criminoso contumaz e confiante. Existem 11 processos no STF os juízes sentados em cima. Um deles há mais de 12 anos. Já não era sem tempo de aparecer alguém para lhe frear. O problema maior do STF é que ampara os criminosos e não julga-os, e, só aparece para desfazer as sentenças das instancias inferiores. Desejo, espero e confio que com a ministra Carmen Lucia a coisa tome outro rumo.

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  3. Os chefes dos poderes Executivo e Legislativo ainda estão a espera da resposta da presidente do Supremo, Carmén Lúcia, sobre a proposta de Renan Calheiros de uma reunião entre eles amanhã para tentar desanuviar a crise provocada pelo destempero do próprio presidente do Senado, ao condenar a ação da Polícia Federal sobre a Polícia Legislativa.

    Para que eles não esperem muito, este blog antecipa: Carmén Lúcia vai declinar do convite porque sua agenda está muito cheia amanhã: começa com café da manhã., depois reunião-almoço na Nunciatura e, às 14 horas preside julgamentos importantes, como o da desaposentação.

    Ela vai se encontrar com o Renan sim, mas na reunião geral de sexta, com Alexandre de Moraes e o comando da PF, sobre a questão de segurança pública, que terá também Temer, Rodrigo Maia, Jungmann, Serra e OAB.

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