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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 22 de outubro de 2016

Em “Istoé” desta semana: Os segredos de Cunha

Eduardo Cunha abala as estruturas do poder e tira o sono de políticos de todas as colorações partidárias não só pelo potencial explosivo de suas possíveis revelações. O poderoso ex-presidente da Câmara, preso em Curitiba, possui um amplo acervo, com áudios, vídeos e documentos de negociatas que envolvem integrantes das cúpulas de PT e PMDB. E está disposto a entregá-lo à Justiça
 ELE METE MEDO: O ex-todo poderoso da Câmara foi finalmente preso na quarta-feira 19. Agora todos temem o que ele possa vir a falar
Familiarizado com os segredos mais recônditos de políticos dos mais diversos matizes, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) estremece o poder. Desde que foi preso na última quarta-feira 19, ele tornou-se o novo homem-bomba da República, capaz de acelerar os batimentos cardíacos de pelo menos sete em cada 10 parlamentares do Congresso. Não por acaso, sua prisão foi comparada a uma espécie de “toque de recolher” no Legislativo. Minutos depois de sua detenção, não havia viva alma na Câmara e Senado para contar história. Pudera. Uma delação daquele que pode ser considerado o presidente da Câmara mais poderoso desde a redemocratização tem potencial explosivo só comparável ao atribuído ao depoimento de Marcelo Odebrecht, dono da maior empreiteira do País – que mantém negociações avançadas para homologar a colaboração premiada com a força-tarefa da Lava Jato. As revelações de Cunha podem atingir não apenas o PMDB, seu partido, do qual por muitos anos foi uma espécie de caixa responsável por arrecadar recursos com empresas e repassá-los a candidatos do partido País a fora. Mas incriminar também aliados de um amplo leque de legendas. Sobretudo políticos com os quais conviveu intimamente, do atual e de governos anteriores. Ou seja, ele sabe demais e é por saber demais que ele impõe medo e dissemina o pânico em Brasília.

O peemedebista é uma espécie de caixa-preta do submundo da capital federal. Conforme apurou ISTOÉ, suas contribuições devem ir além de simples relatos. Cunha guarda consigo um extenso acervo, com áudios, vídeos e documentos, de negociatas que envolvem integrantes da cúpula de PT e PMDB e cerca de 200 deputados de sua base de apoio. O material – considerado nitroglicerina pura por quem já o manuseou – contém detalhes da distribuição de recursos do Petrolão e poderá, entre outros fatos, elucidar casos de corrupção no Porto de Santos, que atinge o coração do PMDB, e no projeto do Porto Maravilha. Parte robusta desse dossiê foi armazenada graças a tecnologias instaladas nos escritórios do ex-presidente da Câmara. Segundo ISTOÉ apurou, Cunha contava com um arsenal antiespionagem. Além de câmeras e escutas ambientais para gravar reuniões, ele dispunha de um dispositivo que, quando acionado, emitia ondas eletromagnéticas capazes de cortar sinais de celulares no ambiente e impediam que o interlocutor gravasse as conversas.

Embora sempre tenha negado publicamente a possibilidade de fechar um acordo com a Justiça, há tempos Cunha discute o assunto com seus advogados. Recentemente, adicionou o defensor Marlus Arns, responsável por uma série de acordos na Operação Lava Jato, ao seu grupo de defensores. Metódico, Cunha, nos últimos meses, passou a fazer um inventário de tudo o que ouviu e acumulou. Fonte: “Istoé” desta semana

             

Um comentário:

  1. Cunha sabe muito, mas o STF sabe muito mais do que ele. Enquanto o STF amparar esses bandidos com foro não se resolve nada. O STF vai atuar para anular as sentenças de primeira instancia. Como fez com o mensalão.

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