Diferente do que foi aprendido nos tempos de escola, a república não
era uma ideia que agradava a população brasileira, pelo contrário. Já em
1884, bem próximo a sua “proclamação”, apenas três republicanos
conseguiram se eleger para a câmara dos deputados e na eleição seguinte
somente um.
Os republicanos tentavam a todo custo
disseminar suas ideias pelo Brasil, porém era um trabalho em vão. Quando
enfim perceberam que não conseguiriam por fins pacíficos acabar com o
Império, tiveram a grande ideia de viabilizar um golpe militar. Só que
para que isso acontecesse precisariam ter o apoio de um líder de
prestígio da tropa militar. Foi ai que então resolveram se aproximar de
Marechal Deodoro da Fonseca em busca de apoio.
O que
grande parte das pessoas não sabe é que foi tarefa difícil convencer
Marechal Deodoro a dar o golpe, tendo em vista que o mesmo era amigo do
Imperador Dom Pedro II e era um dos maiores defensores da Monarquia.
Entenda
o cenário:Dom Pedro II, filho mais novo do Imperador Dom Pedro I,
tornou-se imperador aos 5 anos de idade e teve que passar grande parte
da sua infância estudando para que fizesse um bom reinado. Como já dito
em artigo anterior, um rei é preparado pra reinar desde o momento de seu
nascimento, logo as longas horas de estudo e preparação do nosso
Imperador resultou em transformar o Brasil numa grande e potente nação
emergente. Sua estabilidade política era notória e o Império do Brasil
se destacava em relação às nações vizinhas. Tínhamos liberdade de
expressão, respeito aos direitos civis, tendo em vista que foi durante
seu reinado que foi assinada a Lei Áurea (a da libertação dos escravos
negros), pela sua filha Dona Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela
Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon, popularmente conhecida
como Princesa Isabel.
Poucos sabem, mas desde meados de 1850, Dom
Pedro II se declarava publicamente contra o regime de escravidão. Fato
esse corajoso, tendo em vista que poucos brasileiros na época se
manifestavam contra o regime. O nosso imperador considerava a escravidão
uma vergonha nacional e tampouco possuiu escravos.
A
escravidão no Brasil vinha sendo extinta de forma gradual através de
várias medidas. Em 1871 veio a lei do Ventre Livre que ajudou bastante a
diminuir o percentual de população escrava no país. Todos consideravam
que esse posicionamento político de Dom Pedro II em relação à escravidão
seria suicídio político, pois até os mais pobres no Brasil tinham
escravos como propriedade. Em 1888, quando princesa Isabel Decretou a
Lei Áurea, os donos de escravos sentiram-se traídos pelo regime
monárquico e por forma de vingança tornaram-se republicanos. Os mesmo
são chamados de republicanos de última hora.
Voltando ao golpe
militar, como já foi falado, os republicanos precisavam de uma forma de
convencer Marechal Deodoro a dar o golpe e tanto tentaram que acabaram
conseguindo.
No dia 14 de novembro de 1889, os
republicanos, num ato muito “honesto” fizeram correr o boato de que o
primeiro ministro Visconde de Ouro Preto havia decretado prisão contra
Marechal Deodoro e o líder dos oficiais republicanos o tenente-coronel
Benjamim Constant. Essa falsa notícia fez com que Marechal Deodoro
decidisse se levantar contra a Monarquia. Na manhã do dia 15, Deodoro
reuniu toda a tropa em direção ao centro da cidade do Rio de Janeiro,
capital do Brasil Império, com o intuito de decretar a demissão do
ministério de Ouro Preto. Porém, Deodoro ainda não tinha a intenção de
proclamar a república.
No calor dos acontecimentos, os
republicanos precisavam pensar em algo rápido para que convencessem de
vez o marechal a fazer a proclamação. Informaram-no então que Dom Pedro
II teria nomeado Gaspar Silveira Martins como Primeiro-Ministro (O
Brasil vivia há 67 anos sob o sistema de governo parlamentarista).
Gaspar Silveira Martins era nada mais era do que um antigo rival de
Deodoro, pois os dois já haviam disputado o amor de uma mesma mulher (a
gaúcha Adelaide) na juventude. Adelaide preferiu Gaspar. Essa foi a gota
d’água para que fosse feito o rompimento total com a monarquia.
Dom
Pedro não reagiu ao golpe. A Família Imperial foi expulsa pelos
golpistas e partiu para o exílio sem dinheiro. As novas autoridades se
apossaram dos bens particulares da Princesa Isabel. O atual Palácio da
Guanabara foi construído com recursos da Princesa Isabel e do marido
dela, o Conde D’Eu. Foi desapropriado pelos republicanos e hoje é sede
do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Há 127 anos corre uma ação no
Supremo Tribunal Federal para que indenizem os herdeiros da Princesa
Isabel ou devolvam o imóvel aos seus descendentes. A ação nunca foi
julgada.
Dom Pedro II Passou os seus últimos dois anos de
vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos. O primeiro
ato de corrupção do regime republicano foi quando os golpistas ao
obrigar a família imperial do Brasil ao exílio, retiraram dos cofres
públicos 5 mil contos de réis e deram a Dom Pedro II como forma de
indenização pelos danos sofridos. O Imperador não só recusou como também
exigiu que caso o dinheiro já tivesse sido retirado dos cofres públicos
que fosse feito um documento comprobatório no qual ele o estaria
devolvendo. Ele citou então a frase: “Com que autoridade esses senhores
dispõe do dinheiro publico?”
Aposto que isso tudo seu
professor de história não contou: Brasil, um país republicano, graças a
uma disputa amorosa. Para quem desejar se aprofundar no assunto, leia o
livro “1889” de Laurentino Gomes.
(*)Rafaela Santos Jacintho, historiadora.
Prezado Armando Rafael - Um texto de verdades. A maior prova do fracasso da republica é o seu proclamador se sentir arrependido do seu ato poucas semanas depois. O povo brasileiro engole a informação tal como lhe é passada, não tem discernimento para fazer uma analise propria.
ResponderExcluirOntem vi um desses absurdos : Manchete de jornal dizia - "Lula fala para intelectuais no Rio de Janeiro". Ou seja um analfabeto pilantra, malandro e malfazejo falando para intelectuais. A republica está pelo avesso.
(1)
ResponderExcluirUm dos melhores amigos que tive foi o empresário Antônio Corrêa Celestino (falecido em 1995) que era fundador e presidente da Aliança de Ouro S/A, tradicional e honrada empresa de Juazeiro do Norte. Dizia o Sr. Celestino que o povo brasileiro, quando ia votar, “sempre escolhe o pior”. Ele tinha razão. Eu pessoalmente quando vi as 4 eleições vencidas pelos “lulo-petistas” lembrei-me do velho e honrado Celestino. Graças a Deus ele já estava na eternidade e não viu a destruição que esses “políticos” fizeram com o Brasil, levando uma grande nação a imitar os métodos ultrapassados de republiquetas do naipe de Cuba, Venezuela e Bolívia.
(2)
ResponderExcluirMas o que eu quero mesmo é comentar este artigo de Rafaela Santos Jacintho. Essa República imposta aos brasileiros foi um grande retrocesso na vida da nossa nação. Ele foi imposta pela mentira e um dia todo mundo conhecerá suas tramoias, pois a verdade sempre vence a mentira. Sob a Monarquia o Brasil vinha conhecendo sucessivos avanços. Um dos projetos era tornar o Império com Províncias (hoje chamados de Estados) com governantes eleitos, uma espécie de federação, mas, com o golpe, veio um “presidencialismo” que escolhe qualquer medíocre e este açambarca a representação do Estado e do Governo. Ora existem partes do Estado que não deve ser administradas por políticos, a exemplo da diplomacia e das Forças Armadas, que são instituições perenes e não devem ser tocadas por políticos despreparados. No Parlamentarismo a Chefia do Estado (Rei ou Presidente) é quem representa a nação. O governo (que envolve a política) é exercido pelo Primeiro-Ministro e demais ministérios.
(3)
ResponderExcluirA atual República Presidencialista do Brasil fracassou. A República virou um cenário de corrupção generalizada. A única obra visível desta República foi acabar com o respeitável, estável e soberano Império do Brasil, que era considerado a nação mais democrática e liberal no seu tempo; que estava lado a lado com as três potências do Planeta e que hoje foi reduzido a uma republiqueta de terceiro mundo, com políticos do naipe de Tiririca, Lula da Silva, Palocci, Zé Dirceu, Cuecão, et caterva...