Juvêncio Bezerra varzealegrense casado com a senhora Danival Peixoto de família do Crato era proprietário de um caminhão. Costumava fazer fretes para o sul e de lá para o Ceará.
Sua técnica para conseguir fretes de retorno eram umas histórias fantásticas e mirabolantes que ele contava. Só um detalhe: era tudo mentira. E ele conversando com amigos, na Praça Siqueira Campos dizia : “Mas, paulista é o bicho mais besta do mundo! Todas as mentiras que eu conto eles acreditam!
Um dia eu me ofereci para levar uns passarinhos daqui do Crato, para agradá-los, e eles me pediram um Curió. Então, eu expliquei que Curió é de Minas ou Goiás. Não é daqui. Eles insistiram, e eu disse que ia levar um "Bico de Lacre", passarinho que só existe na Serra do Araripe, perto do Crato.
Disse que ele tinha dois bicos. Ficaram admirados demais! Eu ainda exagerei. Disse que um bico era pra cantar e o outro pra comer. Pra quê fui falar isso! Logo apareceram vários interessados, já querendo me dar dinheiro adiantado. Cada um oferecia mais. ´
Porém, eu disse que era um passarinho muito difícil de pegar. Então, perguntaram como era que ele cantava e comia ao mesmo tempo. E eu expliquei que usava um bico para cada coisa.
“E ai Juvêncio, você ainda está enrolando esses paulistas?”
“Não, eu não voltei mais lá. Tenho que arranjar frete com outros. Desta vez exagerei na mentira”.
Juvêncio Gonçalves Bezerra era irmão de São Raimundo. José de Toin, pai do Juvêncio foi o escultor da imagem de São Raimundo colocada no topo da torre da igreja matriz de Várzea-Alegre.
Conheci o Juvêncio Bezerra, dos irmãos talvez fosse o mais alegre, o mais brincalhão. A Praça Siqueira Campos se transformava em alegrias com a sua presença.
ResponderExcluirSão bons "causos",nós varzealegrenses temos esse dom de iludir com distrações surreais mas,sem machucar ou enganar ninguém!Histórias e estórias sadias do coração puro!
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