Sinais emitidos por Brasília não dão margem a dúvida: se não houver vigilância rigorosa da sociedade, a operação poderá perder a guerra para os corruptos
Por Daniel Pereira, Laryssa Borges, Rodrigo Rangel Fonte: revista VEJA desta semana
Talvez pela proximidade do Carnaval, a piada recorrente em Brasília é que o governo de Michel Temer rasgou a fantasia. O chiste decorre da leitura mais óbvia dos últimos acontecimentos: tudo conspira, dentro e fora do governo, para sabotar ou pelo menos restringir o alcance da Lava Jato. Com o aval do Planalto, acusados de corrupção ocuparam postos-chave no Congresso – como Edison Lobão, presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado -, assumindo o controle sobre a tramitação de qualquer projeto. Também uniram forças com o governo para dar apoio à indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal, vaga na qual terá papel de protagonista no julgamento da Lava Jato. Os sinais da cruzada pela impunidade estão no governo, no Congresso e no Supremo e até na Polícia Federal. A explicação é uma só: o silêncio das ruas, que faz com que movimentos de cerco à operação sintam-se mais à vontade. Tanto que o novo capítulo do abafa reúne próceres dos três poderes. O vale-tudo contra a operação, agora à luz do dia, conta ainda com ações sem estardalhaço, como o desmonte da força-tarefa da PF, com a remoção de personagens centrais, como o delegado Márcio Anselmo, que desvendou a relação do doleiro Alberto Youssef com a Petrobras, marco zero da Lava Jato, e irá para a corregedoria da PF no Espírito Santo.
Armando - Num descuido dos governos anteriores e atual a Lava Jato avançou, fez estrago e agora por mais que conspirem contra ela é bastante tarde. Os políticos já estão todos enlameados pela ladroagem e corrupção e o povo em situação de dificuldade nunca vista. Esperar punição e cadeia para "honoráveis bandidos" é impensável no Brasil, mas já não se espera mais esses pilantras com mandatos eletivos emanados do povo. Isso já é um bom castigo.
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