Em
delação, Marcelo Odebrecht contou como foi montada, ao lado do
ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a estratégia para financiar a
eleição da petista em 2010. Dinheiro foi repassado em nome da Braskem
para o caixa dois do PT
Fonte: revista ISTOÉ que circula a partir deste sábado
Até
agora se sabia que o príncipe-herdeiro da maior empreiteira do Brasil, o
empresário Marcelo Odebrecht, cuidava diretamente das principais
negociações da Odebrecht com políticos em geral – em especial os mais
altos hierarcas da era petista no poder. Um capítulo específico da
delação premiada de Marcelo, ao qual ISTOÉ teve acesso, mostra que a
atuação dele tinha ainda mais capilaridade: o empreiteiro também
negociava e autorizava repasses em nome da petroquímica Braskem, braço
da Odebrecht em sociedade com a Petrobras. Em sua delação, Marcelo conta
como participou pessoalmente da negociação de um pagamento de um
caminhão de dinheiro à campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010:
um total de R$ 50 milhões em propinas da Braskem em troca de benefícios
fiscais para a petroquímica.
O
depoimento de Marcelo Odebrecht impressiona pela fartura de detalhes.
Segundo seu relato, o financiamento “por fora” da campanha de Dilma
naquele ano foi arquitetada em parceria com o então ministro da Fazenda
Guido Mantega. Inicialmente, Marcelo tinha acionado seu subordinado, o
executivo Alexandrino de Alencar, dono de trânsito livre junto ao
governo do ex-presidente Lula, para proceder uma primeira abordagem. A
relação de Alexandrino com o petismo era melíflua, como indicam centenas
de trocas de emails em poder da Lava Jato. Mas, como a operação
envolvia muito dinheiro e a verba era destinada à campanha da sucessora
do cliente número um da empreiteira, amigo de seu pai Emílio Odebrecht, o
próprio Marcelo assumiu a condução das tratativas com Mantega, conforme
contou ele na delação. Nos encontros, o empreiteiro acertou com o
ex-ministro as minúcias da concessão de incentivos fiscais à Braskem.
Foi numa dessas ocasiões que Mantega foi taxativo: precisava de R$ 50
milhões para a campanha de Dilma.
Como
os valores sairiam do caixa dois da Braskem no setor de operações
estruturadas, nome pomposo para o departamento de propinas da Odebrecht,
Marcelo teve que discutir o tema com a cúpula da petroquímica. O
cálculo foi orientado por uma lógica pragmática: avaliou-se que o
prejuízo seria maior caso o governo endurecesse as cobranças de
impostos. Foi dado então o sinal verde para que os cerca de R$ 50
milhões fossem repassados à campanha de Dilma via caixa dois, em troca
dos benefícios fiscais. Ao fazer um périplo no último mês por países da
Europa, como Espanha e Itália, a ex-presidente Dilma Rousseff,
comportando-se como se ainda fosse a mandatária do País, bradou contra o
que classificou de assalto à democracia no Brasil. O que cada vez mais
as evidências e os testemunhos mostram, no entanto, é que assalto, se
houve, foi outro. Procurado por ISTOÉ, o advogado de Mantega, José
Roberto Batochio, afirmou que o ministro “nega peremptoriamente os fatos
relatados” e sustentou que os delatores mentem para obter benefícios na
Justiça.
NOVOS PERSONAGENS
A
ingerência de Marcelo sobre os repasses de propina da Braskem não era
por acaso. O empreiteiro chegou a ocupar a presidência do conselho de
administração da petroquímica. Outros executivos da Odebrecht, já
criminosos confessos, também eram conselheiros da empresa, como o
diretor de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho, que admitiu ter
negociado propinas com deputados federais e senadores. As delações jogam
luz também sobre novos personagens na estrutura do propinoduto. De
acordo com os relatos colhidos pela Lava Jato, quando as negociações de
liberação de dinheiro para campanhas envolviam a Braskem, o aval de
Marcelo Odebrecht não bastava. O presidente da petroquímica também tinha
que avalizar as transferências. Um dos executivos integrantes do rol de
delatores, Carlos Fadigas, que comandou a empresa entre 2010 e 2016,
reconheceu sua participação nos pagamentos. Fadigas ponderou, no
entanto, que as operações de mais relevo ficavam concentradas em Marcelo
Odebrecht, quando envolvia o governo federal, e Cláudio Melo Filho,
quando as tratativas incluíam o Legislativo. Acertada a propina, Fadigas
era consultado para bater o martelo.
Os delatores ainda mencionam a participação do antecessor de Fadigas, Bernardo Gradin, na autorização de pagamentos do setor de operações estruturadas a campanhas, o que também incluiria o repasse via caixa dois para a campanha da petista Dilma Rousseff. Gradin é um dos protagonistas de uma bilionária briga societária com a família Odebrecht que até hoje se arrasta pela Justiça. Recentemente, a família de Marcelo quis comprar a fatia dos Gradin no grupo, mas não houve acordo e o tempo fechou. Em meio ao clima de tensão, Gradin ficou de fora da lista de 77 delatores da Odebrecht. A situação do ex-presidente da petroquímica pode gerar um caso inusitado dentro da megadelação: um ex-funcionário que não fez acordo e que corre risco de ser severamente punido pela Justiça. Em um dos casos relatados, a Braskem teria acertado o pagamento de propina para o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para obter preços mais baratos na compra de nafta junto à Petrobras. Segundo os delatores, Bernardo Gradin pediu que o executivo Alexandrino de Alencar intercedesse junto à Petrobras em favor do preço do nafta. Registros da Petrobras apontam que Gradin participou de uma reunião na estatal com Paulo Roberto Costa e Marcelo Odebrecht para discutir o assunto. Por meio de sua assessoria, Bernardo Gradin negou participação em pagamentos de propina e afirmou que “essa suposta alegação não tem o menor fundamento”.
Depois de acertar com Mantega, Marcelo Odebrecht recebeu o sinal verde da cúpula da Braskem
Os delatores ainda mencionam a participação do antecessor de Fadigas, Bernardo Gradin, na autorização de pagamentos do setor de operações estruturadas a campanhas, o que também incluiria o repasse via caixa dois para a campanha da petista Dilma Rousseff. Gradin é um dos protagonistas de uma bilionária briga societária com a família Odebrecht que até hoje se arrasta pela Justiça. Recentemente, a família de Marcelo quis comprar a fatia dos Gradin no grupo, mas não houve acordo e o tempo fechou. Em meio ao clima de tensão, Gradin ficou de fora da lista de 77 delatores da Odebrecht. A situação do ex-presidente da petroquímica pode gerar um caso inusitado dentro da megadelação: um ex-funcionário que não fez acordo e que corre risco de ser severamente punido pela Justiça. Em um dos casos relatados, a Braskem teria acertado o pagamento de propina para o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, para obter preços mais baratos na compra de nafta junto à Petrobras. Segundo os delatores, Bernardo Gradin pediu que o executivo Alexandrino de Alencar intercedesse junto à Petrobras em favor do preço do nafta. Registros da Petrobras apontam que Gradin participou de uma reunião na estatal com Paulo Roberto Costa e Marcelo Odebrecht para discutir o assunto. Por meio de sua assessoria, Bernardo Gradin negou participação em pagamentos de propina e afirmou que “essa suposta alegação não tem o menor fundamento”.
Prezado Armando - Até o momento temos visto um Ministério Publico Federal atuante, uma Policia Federal competente e três Juízes de primeira instancia corajosos lutando em defesa do Brasil contra políticos quanto mais velhos mais sebosos e imundos, além de uma Suprema Corte de causar vergonha a qualquer um. E, por cima um povinho na sua grande maioria defendendo os bandidos do peito, de sua predileção.
ResponderExcluirAo fazer um périplo no último mês por países da Europa, a ex-presidente Dilma Rousseff bradou contra o que classificou de "assalto à democracia no Brasil". O que cada vez mais as evidências e os testemunhos mostram, no entanto, é que o assalto foi outro: e veio por um caminhão de dinheiro à sua campanha presidencial como propina em troca de benefícios fiscais. – Senador RONALDO CAIADO (DEM-GO)
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