Michel Temer gosta de presidir perigosamente. Ao acomodar o Ministério da Justiça no balcão, o presidente acendeu um pavio no Departamento de Polícia Federal, subordinado à pasta.
Arma-se no órgão algo muito parecido com uma revolta. Um grupo de delegados discute a hipótese levar os lábios ao trombone se o escolhido for um nome, digamos, tóxico.
Os descontentes espantaram-se com o retorno do criminalista Antonio Mariz à bolsa de apostas. Crítico da Lava Jato, o doutor foi excluído por Temer de sua primeira fornada de ministros. E os delegados se perguntam: o que mudou?
Os federais arrepiam-se também com a cogitação de Temer de entregar a poltrona da Justiça a um deputado do PMDB, partido cuja prioridade é “estancar a sangria” da Lava Jato. Avalia-se que um ministro com essa logomarca na testa é natimorto. Organiza-se um minuto de barulho.
O que esperar da indicação de um ministro por um presidente que é tão enrolado ou mais que os já indiciados e presos?
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