Não é possível suportar o nível de violência atual. É preciso ter remédios eficazes por parte do Estado contra a crescente violência no Ceará, principalmente na Região Metropolitana de Fortaleza. Se comparado com a eficiência na gestão da segurança pública do Estado de São de Paulo, que ganhou recentemente o posto de capital brasileira com a menor taxa de homicídios no País, o Ceará poderia ter salvado 2.926 vidas.
A verdade é que o Estado fracassou nas políticas de segurança ao longo dos últimos dez anos, tendo havido um crescimento de 166,5% na taxa de homicídios registrados, segundo dados do Ipea. E não é prendendo ou matando o criminoso que se resolverá a grave crise da segurança em nosso Estado. Isso é um equívoco! Precisamos de uma visão mais abrangente, mais eficaz; caso contrário, continuaremos nos patamares em que estamos, com um aumento de 26,8% no número de homicídios, como ocorreu com Fortaleza em janeiro deste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. Que política pública é essa que piora mais de 20% num intervalo de um ano? É possível reagir? Claro que sim!
O Ceará necessita de políticas inteligentes para a juventude, para a geração de emprego, políticas que visem reinserir no egresso a noção de sociabilidade. Quando essas políticas não alcançam o resultado esperado, abre-se uma porta para o agravamento dos problemas e para o descontrole. É hora de reagirmos, mas não com frases de efeito.
O grande desafio do Governo do Estado hoje é devolver ao cearense a sensação de segurança e lhe garantir o direito constitucional de ir e vir. Fortaleza virou as costas para este assunto. Ainda estamos entre as cidades mais violentas do País.
Não podemos terceirizar um assunto que é de total e irrestrita responsabilidade do Estado. Capacidade técnica e vontade política são fundamentais para tratar o assunto com a atenção e determinação que ele merece e que a sociedade espera.
(*) Carlos Matos. Deputado estadual (PSDB). E-mail: carlos.matos@al.ce.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário