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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 19 de março de 2017

"Coisas da Monarquia": a força moral da Rainha Elizabeth II

Vez por outra, publicamos neste blog episódios de um seriado "COISAS DA REPÚBLICA", onde são comentados os descalabros da bagunçada república brasileira. Até pensei comentar hoje a vergonhosa venda de carne podre pelos frigoríficos brasileiros. Depois pensei: hoje é domingo, vamos noticiar coisas boas. Aí surgiu a ideia de um novo seriado 'COISAS DA MONARQUIA".  O primeiro da série é uma homenagem à Rainha Elizabeth do Reino Unido.

Fonte: Facebook Pro Monarquia
GOD SAVE THE QUEEN! – Foto: S.M. a Rainha Elizabeth II do Reino Unido trabalha lendo o conteúdo de uma das suas “red boxes”, caixas vermelhas que, todos os dias, trazem documentos de Estado para serem lidos e projetos de lei para serem analisados e sancionados. A Soberana recebe as “red boxes” todos os dias do ano, com exceção apenas do Dia de Natal, aonde quer que esteja.

Na última quinta-feira, dia 16, a Rainha Elizabeth II do Reino Unido deu o seu consentimento régio, sancionando a Lei do Brexit. Agora, a Primeira Ministra Theresa May está autorizada a iniciar o processo de saída do País da União Europeia–UE.


No Reino Unido (formado pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), nenhum projeto ganha força de lei sem antes receber a sanção da Rainha. Isso decorre do fato de que é um dos principais deveres da Soberana garantir que as ações dos membros eleitos do Parlamento estejam de acordo com a vontade nacional e as legítimas aspirações dos britânicos. E ninguém melhor para fazer isso do que uma grande dama que paira acima dos interesses partidários e das querelas políticas.

A decisão de deixar a União Europeia–UE foi tomada pelos britânicos, em referendo de 23 de junho do ano passado. Ao mesmo tempo em que levou os “europeístas” ao pânico, essa decisão trouxe uma brisa fresca de esperança para os milhões de habitantes dos 28 países membros da União Europeia. A decisão dos britânicos abalou Bruxelas (a sede da gigantesca máquina burocrática da organização, bem parecida com a República do Brasil) como um terremoto; altos funcionários se perguntavam, alvoroçados, se o artificialismo burocrático ao qual servem teria chegado ao fim.

Agora, os burocratas sem rosto de Bruxelas temem que outros países membros queiram também consultar suas populações, a fim de acalmar a crescente insatisfação causada pelas absurdas intromissões da UE na vida nacional. Franceses gostariam de um referendo assim. Holandeses, suecos e finlandeses também. Se a moda pega...

Em meio a todo o alvoroço, a Rainha do Reino Unido, com seus 65 anos de reinado, próxima de completar 91 de idade e popularidade estratosférica, sorri enigmaticamente em suas aparições públicas. A Soberana – é tradição da Coroa – não se manifesta em matérias como referendos. Entretanto, jornais britânicos dos mais importantes afirmaram que Sua Majestade teria influenciado seu povo a deixar a UE. Se o fez, seu gesto foi elegante. E como foi esse gesto?

Afirmam esses órgãos da imprensa que a Rainha, em jantar pouco antes do referendo, com o ar distante e quase distraído com o qual uma professora pediria a seus alunos provas da redondeza da Terra, pediu aos convidados três razões para que o Reino Unido permanecesse na UE. Silêncio à mesa. Cada um passa ao vizinho a pergunta. Silêncio confuso e algo constrangedor dos convidados. Silêncio docemente prazenteiro da Soberana. A um tênue sinal, Sua Majestade ordena ao mordomo completar as taças de vinho. Sutil alçar de taças. Sua posição, assim declarada, fez rastilho de pólvora entre seus enlevados súditos.


Postado por Armando Lopes Rafael.

Um comentário:

  1. Mais uma postagem que merece ser lida. Que os exemplos de Elizabeth II sejam disseminados pelo mundo a fora, e, especialmente no Brasil. Talvez, então, a mulher possa trazer alguma contribuição ao congresso, os exemplos atuais em nada contribuem com a politica.

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