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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 16 de abril de 2017

A BOLA E A PROPINA - Por Wilton Bezerra. Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares.

São duas coisas que rolam neste país e estão sempre nas “paradas de sucessos”- a bola de futebol e a propina.

A overdose de programação futebolística e as explosivas delações premiadas da Lava Jato, ao gosto da plateia, são as razões do frenesi.

Em que são parecidas ou diferentes a bola e a propina?

A bola é o lúdico, o brinquedo essencial da criança que existe em todos nós.
A propina o gatilho da alta combustão, do delírio que pode produzir grandes estragos, fissuras. Com ela, não se brinca.

A bola não pode ser embrulhada. Todos advinham que é ela antes da hora, segundo o poeta Carpinejar.
A propina gosta do embrulho para se assemelhar a outra coisa.
A bola não gosta de ser maltratada e só obedece a quem lhe trata bem.
A propina acaba sempre mal manejada e aplicada. Mas nunca aceita abuso.
Invariavelmente, gratifica o venal, pagando em desproporção ao que ele vale.
Acontece. Não se ganha todas.

Em comum, bola e propina, também, podem se apresentar como coisas ou conceitos de naturezas democráticas e sem ideologias firmes.
A bola rola com desenvoltura pela direita e esquerda e vai sem problemas ao centro.
A propina penetra por todos os lados, compra políticos de todas as ideologias.
Sem embaraços.
Tanto é que a propina paga ao fiscal ficou conhecida como “bola”.
É isso. A gíria parece continuar bem atual.

3 comentários:

  1. Um trocadilho inteligente, razoado no humor do brasileiro. Bola/Propina, propina/bola, a mesma coisa.

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  2. Caro Morais:
    Conheci o Wilton Bezerra, aqui em Crato, na minha adolescência. Por brevíssimo tempo a família dele morou em frente a nossa casa na Rua Teodorico Teles. Penso que o pai dele era funcionário da Reffsa. Logo em seguida, a família dele se mudou para Juazeiro do Norte.
    Revi o Wilton (ainda magrelo e alto) uma vez na Rádio Araripe, que foi o meu primeiro emprego. Depois fiquei acompanhando o sucesso dele como profissional de imprensa, inicialmente nas emissoras de rádio de Juazeiro, depois na capital do Estado.
    Trata-se de uma jornalista objetivo nas opiniões que faz, inteligente e antenado com o tempo atual.
    É bom vê-lo colaborando com este Blog...

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  3. Prezado Armando - Como você bem diz, acompanhamos o sucesso profissional do Wilton, mas nunca deixou de ser humilde, simples e amigo leal. No seu programa na Verdes Mares, as vezes, ele conta algumas historias engraçadas do nosso Blog. Um grande caririense merecedor de nossa estima e admiração.

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