Os devotos de Lula hastearam a bandeira das diretas-já em obediência ao chefão que morre de medo de cadeia
Num Brasil convulsionado pela crise agravada pelas denúncias dos irmãos Batista, torna-se ainda mais pedagógico recordar as turbulências que esquentaram o fim do inverno de 1961, desencadeadas pela renúncia de Jânio Quadros na tarde de 25 de agosto.
Se o Brasil fosse menos primitivo, teria substituído o presidente que acabara de renunciar pelo vice João Goulart, como determinava a Constituição. O respeito às regras democráticas bastaria para reduzir a fuga de Jânio a mais uma prova de que o eleitorado brasileiro frequentemente se apaixona por estadistas de galinheiro.
A manobra política concebida por um populista doidão só ganhou contornos dramáticos porque o veto dos três ministros militares à posse de Jango estimulou a imaginação cretina de deputados e senadores.
Em sete dias, Deus fez o mundo. Também em sete dias, o Congresso brasileiro contentou-se em fazer o Brasil parlamentarista, inaugurado em 2 de setembro de 1961. Deu no que deu.
Meses depois, um plebiscito ressuscitou o presidencialismo e, em 1964, Jango foi deposto por golpistas convencidos de que no Brasil, como havia reiterado a aventura parlamentarista, a Constituição existe para ser violada.
Passados mais de 50 anos daquele agosto, a agonia política de Michel Temer atesta que não cessaram os surtos de inventividade imbecil. A Constituição determina que, caso se consuma o afastamento de Temer, seu sucessor será escolhido pelo Congresso no prazo de 30 dias. Os netos dos golpistas de 61 preferem exigir aos berros a eleição direta do novo presidente.
A resultante deste Rato de Esgoto como presidente foi jogar o pais na anarquia.
ResponderExcluir