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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 29 de junho de 2023

091 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.

Hoje, eu estou com muita saudade de Raimundo Menezes. Permiti-me contar uma historinha dele, quem sabe assim eu consiga enganar a saudade.

Na década de 80 do século passado Raimundo Menezes estava com todos os filhos em Fortaleza. Ficaram só ele e Risomar em Várzea-Alegre. 

Um dia, por volta de 09 horas da noite Luiz Justino  o avisou que no dia seguinte, as quatro da manha estaria viajando para Fortaleza e se ele tivesse alguma encomenda para os meninos ele levaria. 

Raimundo preparou uma caixa com o que dispunha em casa : Queijo, manteiga, pão de arroz e de ló, sequilhos, doce de leite, linguiça caseira etc. Mas, Raimundo tinha um lastro de milho plantado no monturo da casa dos compadres Leandro e Francisca que estava no ponto de ser consumido : cozido ou assado. Era uma novidade. 
Sem ter como avisar ao Picoroto para colher o milho, ele mesmo foi ao Sanharol às três horas  da madrugada. Escuro de meter o dedo no olho. 
Em lá chegando seguiu a carreira do milho, escolhendo as espigas maiores. Com a zoada do estalo da espiga dona Francisca despertou, abriu a janela da casa com uma lamparina acesa na mão e gritou a toda altura : Ei ladrãozinho sem futuro, largue de roubar o milho de seu Raimundo se não eu vou contar pra ele.
Raimundo estava calado e calado continuou, a comadre nunca soube que era ele. Ele contava e ria da prosa.



2 comentários:

  1. Mês de Maio, mês de Maria, mês das virtudes, mês de Raimundo. Nascido no Sanharol em Várzea-Alegre aos 25 de Maio de 1931.
    Raimundo Batista de Menezes, o sexto de uma família de 11 irmãos, iniciou seus estudos nas escolas reunidas em 1941, onde aprendera a valorizar e muito a educação. Fez o ginásio em Cajazeiras entre 1947 e 1950, foi lá que também serviu o tiro de guerra. Sempre com uma visão muito forte sobre o estudo. Transferiu-se para Fortaleza em 1951 onde cursou o segundo grau no Colégio Liceu do Ceara.
    Com a perspectiva de enfrentar o mundo viajou para o Rio de Janeiro em 1954, indo trabalhar numa alfaiataria do seu primo Juquinha. Nos idos de 1958 tomara a decisão de voltar para Várzea-Alegre onde havia a necessidade de fazer companhia a seus pais.
    Começa aí pelos desígnios de Deus uma nova trajetória em sua vida. Em uma bela noite de céu enluarado no tradicional Forró dos Barreiros, conheceu Risomar que logo vira a se casar.
    Desse matrimonio nasceram seis filhos: Aluísio, José Wilton, Neide, Antônio Énio, Francisco Hélder e Menezes Filho. Vivendo e cultivando a vida com honestidade e honradez, sempre primando pela decência e educação formou com muito orgulho todos os filhos.
    Reconhecido como homem de inteligência impar e exímio comerciante no ramo agropecuário nos orgulhou com suas virtudes e ações, deixando um legado de infinita importância a ser seguido por nós, descendentes e admiradores deste grande homem, grande amigo e orgulhosamente grande chefe de família.

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  2. As terras de João do Sapo, no Sítio Sanharol, ficam contíguas a propriedade do meu avô Antonio Gonçalo. Com as mortes dos antepassados, os referidos imóveis ficaram para herdeiros, que ainda hoje os exploram. Tive a honra de dedicar um título do meu livro TROPEIRISMO NOSSO a Raimundo Menezes, onde enalteço algumas das características nobres dessa família honrada de Várzea Alegre.

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