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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 23 de julho de 2017

Coisas da República

Para procurador, Brasil tem ‘tendência de esculhambação’
Júlio Marcelo de Oliveira, responsável por atestar as 'pedaladas fiscais' que condenaram Dilma, endurece o jogo contra o governo e as concessionárias

Fonte: revista VEJA

 O procurador Júlio Marcelo de Oliveira em 2016, quando depôs no Senado Federal durante o impeachment de Dilma Rousseff (Geraldo Magela/Agência Senado)


Contrário a alterações no contrato de concessão das rodovias federais, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, que deu parecer contrário às pedaladas fiscais do governo Dilma, entrou em rota de colisão com o governo federal e as empresas do setor. Taxado como “algoz”, o representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) defende o cumprimento dos acordos já assinados e rebate as críticas. Ele afirmou que sua função é evitar irregularidades: “A tendência é a esculhambação no Brasil”.

Para o procurador, as empresas concessionárias “estão o tempo todo pleiteando alterações para melhorar sua rentabilidade, diminuir ônus e adiar investimentos”, o que segundo ele “passa à sociedade a mensagem de que o Brasil não é um país sério”. Júlio Marcelo rebate a tese de que os contratos são malfeitos, que segundo ele apenas é a busca “por uma flexibilidade que não existe em lugar algum no mundo”.

O procurador, que atua representando o MP na análise das contas feitas pelo TCU, ressalta que “não é obrigação do poder público garantir a lucratividade da empresa”. “Não queremos que nenhuma empresa vá à falência, mas é claro que ela tem de correr risco”, conclui.

Oliveira se disse “aberto” a analisar a situação de contratos malfeitos que exijam novas obras, mesmo que caras, no entanto observou que o novo modelo das concessões, que funciona por demanda, é deficitário. Ele alega que a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) não mede a atividade das estradas, se baseando unicamente nos dados informados pelas próprias concessionárias, ao justificarem pedidos de revisões e aditivos aos contratos firmados com o poder público.

Júlio Marcelo de Oliveira foi uma das principais testemunhas de acusação contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante o processo de impeachment. Na posição de procurador de contas, ele atestou a existência das “pedaladas fiscais”.

Um comentário:

  1. Esse procurador é um homem honrado, serio e competente. a turma da chupeta tudo fez para desqualificar o seu trabalho até o STF tornou sem validade o seu depoimento. Mas a historia vai mostrar o seu valor.

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