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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Os velhos de minha infância - Por Antônio Morais.

Quanto a velho examinemos o assunto. Velho é substantivo comum, degradante, masculino, singular, nem tão singular. Na filosofia e moral chinesa, a pessoa idosa é simbolo de veneração e respeito, consideradas suas condições de mais experientes dos segredos da vida e da dignidade de suas cãs e barbas brancas. Entre nós, todavia, nos tempos atuais, a coisa não é bem assim. O velho tem valor de excrescência ou algo semelhante.

Isto, em parte, por culpa dele, que não se dar a respeito, portando-se, muitas vezes, cafajesticamente. 

Isto me faz lembrar os do meu tempo de menino. Um punhado de homens austeros, trabalhadores exemplares pais de família, daqueles que não precisavam, sequer, dar um fio do bigode para juramentar seus compromissos.

Sempre os admirei e respeitei, vendo neles figuras distintas, pessoas diferentes, a quem devíamos todos devotar a máxima atenção e cortesia.

Hoje existem velhos com pinta de play-boy e alguns, até são membros da Internacional Gay Society. Sinal dos tempos.

Os velhinhos de minha meninice, pobres ou ricos, tinham dignidade no vestir, compostura no andar, decência em seus gestos e atitudes.

Um comentário:

  1. Saudade é o sentimento que carrego dos velhinhos de minha infância. Tudo ali nascia do berço - Honradez, decência, ética e bons costumes.

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