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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 11 de novembro de 2017

O País das Rocinhas -- por Humberto Mendonça (*)

 Hoje, neste Brasil decadente, não passamos de uma simples republiqueta

Recentemente, uma guerra na Rocinha, no Rio, chamou a atenção do Brasil, por envolver traficantes que dominam parte daquela favela, mobilizando nossas Forças Armadas. Na Rocinha, há fuzis modernos, sim. Em Brasília, os equivalentes aos criminosos da Rocinha têm armas: o poder de governar em benefício de grupos, de legislar em causa própria e dos subornadores, de queimar uns poucos comparsas e preservar o grosso da bandidagem engravatada.

 Lá se travam lutas por mais domínio; o que esperar dos que têm a mesma índole sem, no entanto, receber da vida as mesmas oportunidades? Assalto por assalto, dos cofres públicos, é roubado muito mais, nem se sabe quantas centenas de milhões, do que o dinheirinho de passantes, de troco dos caixas de lojas, de celulares, relógios e carros.

Sem se falar nas drogas, onde todas as Rocinhas são dadas como entrepostos de entorpecentes. Hoje, neste Brasil decadente, não passamos de uma simples republiqueta. Sem vocação para cumprir as regras do jogo, o PT sabe que não tem cacife para disputar as eleições de 2018, como já demonstrou nas eleições passadas para prefeito, onde perdeu em todas as capitais, cidades importantes e no próprio ABC Paulista, seu berço político. O chefe Lula é um homem varrido da vida pública, pelo seu envolvimento em crimes políticos. Como ele é carta fora do baralho, estão pregando que "eleições sem Lula é golpe".

A sua indicação para chefe da Casa Civil da Dilma foi um atestado de culpa no cartório, assim também como a escolha de Moreira Franco, nomeado por Temer, para secretário-geral do seu governo, teve o mesmo peso de acobertá-lo no manto do foro privilegiado. Por tudo isso, não se faz uma reforma capaz de trazer de volta ao País, perspectiva de dias melhores, através de homens e mulheres de valores que o Brasil é possuidor, conclamando, para tanto, toda a sociedade a sair de sua passividade, voltando às ruas para clamar por um novo País.

Com essa Reforma Política, pelo que sentimos na opinião pública, ninguém está empolgado em votar nas próximas eleições. O que é uma pena. A conjuntura não apresenta perspectivas com nomes aventados, diante do fracasso registrado com os partidos atuais. A propósito, aonde vamos chegar com essa "farra do boi", com 39 partidos e 60 em formação? A Rocinha do Rio está espalhada por todo o País.

(*) HUMBERTO MENDONÇA. Empresário.
Artigo publicado na edição de 11-11-2017 do "Diário do Nordeste"

Um comentário:

  1. O texto do Humberto Mendonça é de uma razoalidade impar. O Brasil atual é o Brasil da mentira, da lorota e do faz pouco do povo. Ouvir o PT dizer que tirou 40 milhões da miséria é um escarnio. As Somálias em potenciais estão aí em cada favela das periferias das cidades. A grande mídia dar credito a essa bravata dos petrálias só mostra o quanto é vendida. O Brasil é hoje a republica da ladroagem e da lambança.

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