Imóvel é pivô de mais uma ação penal em que Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Fonte: Estadão, 14-01-2018
Na denúncia de 168 páginas envolvendo o sítio de Atibaia, 39 testemunhas foram arroladas pela força-tarefa; 20 são delatores
(foto: DENNY CESARE/CÓDIGO19/ESTADAO CONTEUDO)
Menos de duas semanas depois de enfrentar julgamento no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, o ex-presidente Lula será alvo,
novamente, de delatores, desta vez no processo em que é acusado de ser
dono do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Na primeira semana de
fevereiro, sete testemunhas de acusação - todos colaboradores - vão
depor ao juiz federal Sérgio Moro no caso que envolve supostas propinas
da OAS e da Odebrecht.
O imóvel
em Atibaia, em nome de Fernando Bittar, filho de Jacó Bittar,
ex-prefeito de Campinas pelo PT, é pivô de mais uma ação penal em que
Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério
Público Federal sustenta que as reformas bancadas pela Odebrecht e a OAS
dissimularam pagamentos de R$ 1 milhão ao ex-presidente.
No dia 5 de fevereiro, os marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que
confessaram ter recebido pagamentos da Odebrecht no exterior para
realizar as campanhas petistas, vão depor.
No mesmo dia, está marcada a audiência do ex-gerente da Área
Internacional da Petrobrás, Eduardo Musa, que admitiu direcionar
licitação na estatal para o grupo Schahin para sanar dívida de R$ 60
milhões com o partido no caso que envolveu empréstimo fraudulento ao
pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente.
Dois dias depois, na quarta-feira, 7 de fevereiro, Milton e Salim
Schahin vão prestar depoimentos. Segundo a Lava Jato, do grupo teria
saído parte dos recursos para bancar reformas no sítio. O procuradores
sustentam que, por meio de 23 repasses, R$ 150 mil oriundos de contratos
para a operação da sonda Vitória 10.000 entre Schahin e Petrobrás foram
destinados ao acabamento do Santa Bárbara, 'adequando-o às necessidades
da família do ex-presidente'. Os valores teriam sido operacionalizados
por Bumlai.
Para o mesmo dia,
ainda estão marcadas audiências com o engenheiro Marcos de Almeida Horta
Barbosa, que é aderente ao acordo de leniência da Odebrecht com o
Ministério Público Federal e o ex-presidente da Braskem Carlos Alberto
Fadigas, um dos 77 delatores da empreiteira.
O ex-deputado Pedro Corrêa, condenado no Mensalão e na Lava Jato também
é um dos delatores que falarão de Lula em fevereiro. No dia 22, está
marcada a audiência do ex-parlamentar do Partido Progressista. Em seu
acordo, homologado em 2017, Corrêa relatou interferência do
ex-presidente Lula junto ao ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa
por pagamentos ao partido e que o petista tinha conhecimento de esquemas
de corrupção na estatal.
Na
denúncia de 168 páginas envolvendo o sítio de Atibaia, 39 testemunhas
foram arroladas pela força-tarefa; 20 são delatores. Com Pedro Corrêa,
que teve o termo homologado meses depois da denúncia, passam a ser 21 os
delatores que falarão nesta ação penal.
A reportagem entrou em contato com a defesa. O espaço está aberto para manifestação.
Prezado Armando - Não tenho duvidas : este sitio vai deixar o Lula muito encrencado. As provas são robustas.
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