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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 25 de março de 2018

Eleitores de Bolsonaro dizem por que votam nele: Mais segurança e menos “privilégios para minorias”

 O jornal "Folha de S.Paulo" convidou oito moradores de São Paulo, incluindo manicure, sociólogo, desempregado e coronel da reserva, para falarem sobre por que votarão no presidenciável do PSL em outubro.

Excertos da matéria de “Folha de S.Paulo”, 25-03-2018 – Por Anna Virginia Balloussier
        A Folha convidou oito moradores de São Paulo, da manicure do Itaim Paulista à doutoranda do Itaim Bibi, para falarem sobre por que votarão no presidenciável do PSL  em outubro. O parlamentar é o segundo pré-candidato mais bem posicionado em pesquisa Datafolha de janeiro e assume a cabeceira num cenário em que Lula (PT) está fora do jogo.
Por que Bolsonaro?
     Caçula da mesa, Lucas votará pela primeira vez para presidente (no pleito de estreia, em 2016, optou pelo tucano João Doria para prefeito, mas se arrependeu). “Política é ajuda à população. Nele [Bolsonaro] ainda há um pouco disso. Ainda vê a luz no fim do túnel”, diz o jovem, que trabalhou numa ótica após terminar o ensino médio e hoje distribui currículos.

     Sua mãe, Priscila, já ajudou a eleger Lula —e Tiririca para deputado, “por ser povão que nem a gente”. O que busca, diz, “é uma pessoa que se importe com o povo brasileiro”. Bolsonaro, para a manicure que estuda pedagogia, é esse cara. 

     Ela se diz perturbada por políticos que oferecem cestas básicas “e outras lembrancinhas” em troca de voto. “Muitos amigos têm o mesmo pensamento: votar no Bolsonaro para ter mudança, não para ter esses presentinhos.”
    Militar da reserva e deputado desde 1991, Jair Messias Bolsonaro “responde a demandas reais de pessoas reais”. Vem do sociólogo Thiago Santos, 32, a resposta que melhor sintetiza o sentimento dos oito eleitores do presidenciável que a Folha reuniu em sua Redação, em 14 de março, a fim de entender o que os leva a vê-lo como o mais bem qualificado para ocupar o Palácio do Planalto em 2019.

     “Enquanto  jornalistas e intelectuais estão preocupados com banheiro unissex, ele está falando dos 60 mil assassinatos que acontecem todo ano no Brasil, falando desse massacre da classe trabalhadora”, afirma Santos, que vem de uma família de Guaianases, periferia paulistana. Se compartilham o gosto pelo homem que veem como predestinado a “dar um jeito no Brasil”, os perfis são distintos: da manicure Priscila Medeiros, 37, e o filho Lucas, 19, ambos desempregados e moradores de Itaim Paulista (zona leste de São Paulo), à ex-coordenadora do Endireita Brasil, movimento direitista, Patrícia Bueno, 37, residente de outro Itaim, o Bibi, bairro nobre da cidade (veja acima os outros componentes do grupo). Três deles contam ter votado no PT em algum momento. “Tenho vergonha”, diz o diretor administrativo Raphael Daniele, 34, “ex-militar e membro da Congregação Cristã”.

      Nilson Franco, 48, é coronel do Exército na reserva e conta ter conhecido Bolsonaro pessoalmente. Aposta em sua honestidade. “Em 2002, eu brigava com você se falasse mal de Lula.” Elenca escândalos como o do pasta rosa para explicar seu desgosto com a era FHC. E hoje, o que mudou? Nada, diz. “Tem que dar um basta. Para Aécio [Neves, PSDB], R$ 2 milhões [de suposta propina]. [Antonio] Palocci [PT] são milhões e milhões. Você desanima de ser honesto. O policial ganha R$ 3.000, R$ 4.000 para levar tiro.”
  
    A birra com o populismo também está no discurso do filho. “No Nordeste, como o PT se alastrou tanto? Ia com a necessidade do povo”, diz Lucas. “Há uma semana, o que foi mais passado pela Globo? A operação [no pé do Neymar]. Se [a mídia] continuar priorizando informações banais, deixando de lado infraestrutura, médico...”

“Antes, se você falava em Bolsonaro, era exótico”, diz Thiago. “Agora, parentes que nunca tiveram contato com política falam naturalmente, mandam vídeos do Bolso.”

     Patrícia, que está terminando um doutorado em ciências sociais, diz que “desde 1988 a gente tem só esquerda no Brasil, a direita foi massacrada. Claro que FHC é esquerda”. Faltava, portanto, “um político que realmente respondesse a nós”, alguém que impedisse aqueles que “queriam causar revolução na sociedade e precisavam destruir o que pra mim é mais sagrado, a questão da própria família”, diz a filha de imigrantes que fugiram da União Soviética em 1921 (“minha família tinha militares, pessoas ligadas à propriedade de terra”, conta).

     Maria Cristina Szabo, 55, trabalha “em formação de imagem política” e se candidatou, em 2016 e sem sucesso, a vereadora de Santana de Parnaíba pelo DEM. Mãe de policial civil, diz que “votará em Bolsonaro porque o que está aí a gente já tem certeza que não deu certo, até pela questão da segurança. Rio é uma vergonha nacional e internacional”.

Um comentário:

  1. Eu voto no Bolsonaro porque quando Lula enganava tudo que era idiota com suas mentiras, com o seu discurso mentiroso, piedoso e chorão era ele quem tinha coragem de denunciar de forma desassombrada a vida pregressa e bandida de Lula e Dilma. É corajoso.

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