A
verdade é que o atual regime brasileiro não consegue dar ao cidadão nem
sequer o direito à própria vida — um mínimo dos mínimos, em qualquer
país do mundo
O
povo aprende mesmo? - Congresso Nacional: quase metade dos
parlamentares tem algum tipo de problema com a Justiça (Pedro
França/Agência Senado)
O Brasil de hoje não é
uma democracia; provavelmente nunca foi. É verdade que nos últimos
trinta anos a “sociedade brasileira”, essa espécie de espírito santo que
ninguém entende direito o que é, mas parece a responsável por tudo o
que acontece no país, tem brincado de imitar Estados Unidos, Europa e
outros cantos virtuosos do mundo. A tentativa é copiar os sistemas de
governo que existem ali — nos quais as decisões públicas estão sujeitas à
igualdade entre os cidadãos, às suas liberdades e à aplicação da mesma
lei para todos. Os “brasileiros responsáveis”, assim, fingem que existem
aqui “instituições” — uma Constituição com 250 artigos, três poderes
separados e independentes uns dos outros, “Corte Suprema”, direitos
civis, “agências reguladoras”, Ministério Público e as demais peças do
cenário que compõe uma democracia.
Mas no presente momento
nem a imitação temos mais — pelo jeito, os que mandam no Brasil
desistiram de continuar com o seu teatro e agora não existe nem a
democracia de verdade, que nunca tivemos, nem a democracia falsificada
que diziam existir.
Como pode haver democracia num país em que
onze indivíduos que jamais receberam um único voto governam 200 milhões
de pessoas? Os ministros do Supremo Tribunal Federal, entre outras
manifestações de onipotência, deram a si próprios o poder de estabelecer
que um cidadão, por ser do seu agrado político, tem direitos maiores e
diferentes que os demais. Fica pior quando se considera que sete desses
onze foram nomeados, pelo resto da vida, por uma presidente da República
deposta por 70% dos votos do Congresso Nacional e por um presidente
hoje condenado a mais de doze anos de cadeia. Mais: seus nomes foram
aprovados pelo Senado Federal do Brasil, uma das mais notórias tocas de
ladrões existentes no planeta.
Querem piorar ainda um outro
tanto? Pois não: o próximo presidente do STF será um ministro que foi
reprovado duas vezes seguidas no concurso público para juiz de direito.
Quando teve de prestar uma prova destinada a medir seus conhecimentos de
direito, o homem foi considerado incapaz de assinar uma sentença de
despejo; daqui a mais um tempo vai presidir o mais alto tribunal de
Justiça do Brasil. Outro ministro não vê problema nenhum em julgar
causas patrocinadas por um escritório de advocacia no qual trabalha a
própria mulher. Todos, de uma forma ou de outra, ignoram o que está
escrito na Constituição; as leis que valem, para eles, são as leis que
acham corretas. Democracia?
Democracia certamente não é. A
população não percebe isso direito — e a maioria, provavelmente, não
ligaria muita coisa se percebesse. Vale o que parece, e não o que é — o
que importa é a “percepção”, como se diz. Como escreveu Dostoievski, a
melhor maneira de evitar que um presidiário fuja da prisão é convencê-lo
de que ele não está preso. No Brasil as pessoas estão mais ou menos
convencidas de que existe uma situação democrática por aqui; há muitos
defeitos de funcionamento, claro, mas temos um sistema judiciário em
funcionamento, o Congresso está aberto e há eleições a cada dois anos, a
próxima delas daqui a sete meses. Os analistas políticos garantem que o
regime democrático brasileiro “está amadurecendo”. Quanto mais
eleições, melhor, porque é votando que “o povo aprende”.
(*) José Roberto Guzzo é jornalista e trabalha para a revista VEJA
Comentários
Armando Rafael escreveu Gostei do artigo. É longo. Se fosse publicado na íntegra pouca gente leria. Mas, é verdade. Democracia é quando todos têm direitos iguais. Isso não acontece aqui. Como disse o autor do artigo:"Não existe democracia quando os governos são escolhidos por um eleitorado que tem um dos piores níveis de educação do mundo".
"Como falar em democracia num país que tem mais de 60.000 assassinatos por ano?"
Quando os Arautos do atraso pedem o fim da intervenção policial no Rio de Janeiro e o fim da Polícia Militar?
"Direitos" só existem no papel. Na alardeada "Constituição Cidadã"...
No Brasil onde impera a demagogia, principalmente a que vem da esquerda troglodita.
Vejamos um trecho deste artigo:
"O brasileiro comum se aposenta com cerca de 1 200 reais por mês, em média, não importando qual tenha sido o seu último salário. O funcionário público, por lei, se aposenta com o salário integral; hoje, na média, o valor está em 7 500 mensais. Os peixes graúdos levam de 50 000 mensais para cima. São cidadãos desiguais e com direitos diferentes"
"É só olhar durante um minuto quem a população do Rio de Janeiro, em eleições livres e populares, escolheu para governar seu estado e sua cidade nos últimos trinta anos. Eis a lista: Leonel Brizola, Anthony Garotinho, a mulher de Anthony Garotinho, Benedita da Silva, Sérgio Cabral (possivelmente o maior ladrão da história da humanidade), Eduardo Paes e, não contente com tudo isso, um indivíduo que se faz chamar de “Pezão”. Assim mesmo: “Pezão”, sem nome nem sobrenome, como jogador de futebol do Olaria de tempos passados. Que território do planeta conseguiria sobreviver à passagem de um bando desses pelo governo e pela tesouraria pública? É óbvio que tais opções, repetidas ao longo de trinta anos, têm consequências práticas. O Rio de Janeiro de hoje, com sua tragédia permanente, é o resultado direto de uma democracia que faliu de ponta a ponta."
Comentários
Armando Rafael escreveu Gostei do artigo. É longo. Se fosse publicado na íntegra pouca gente leria. Mas, é verdade. Democracia é quando todos têm direitos iguais. Isso não acontece aqui. Como disse o autor do artigo:"Não existe democracia quando os governos são escolhidos por um eleitorado que tem um dos piores níveis de educação do mundo".
"Como falar em democracia num país que tem mais de 60.000 assassinatos por ano?"
Quando os Arautos do atraso pedem o fim da intervenção policial no Rio de Janeiro e o fim da Polícia Militar?
"Direitos" só existem no papel. Na alardeada "Constituição Cidadã"...
No Brasil onde impera a demagogia, principalmente a que vem da esquerda troglodita.
Vejamos um trecho deste artigo:
"O brasileiro comum se aposenta com cerca de 1 200 reais por mês, em média, não importando qual tenha sido o seu último salário. O funcionário público, por lei, se aposenta com o salário integral; hoje, na média, o valor está em 7 500 mensais. Os peixes graúdos levam de 50 000 mensais para cima. São cidadãos desiguais e com direitos diferentes"
"É só olhar durante um minuto quem a população do Rio de Janeiro, em eleições livres e populares, escolheu para governar seu estado e sua cidade nos últimos trinta anos. Eis a lista: Leonel Brizola, Anthony Garotinho, a mulher de Anthony Garotinho, Benedita da Silva, Sérgio Cabral (possivelmente o maior ladrão da história da humanidade), Eduardo Paes e, não contente com tudo isso, um indivíduo que se faz chamar de “Pezão”. Assim mesmo: “Pezão”, sem nome nem sobrenome, como jogador de futebol do Olaria de tempos passados. Que território do planeta conseguiria sobreviver à passagem de um bando desses pelo governo e pela tesouraria pública? É óbvio que tais opções, repetidas ao longo de trinta anos, têm consequências práticas. O Rio de Janeiro de hoje, com sua tragédia permanente, é o resultado direto de uma democracia que faliu de ponta a ponta."
Na era petista a democracia é quando eles mandam, fora disso não há lei nem justiça que seja respeitada.
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