Neste
domingo - 13 de maio de 2018 - comemoraremos o Dia de Nossa Senhora
de Fátima, 130º aniversário da libertação dos escravos e o Dia das
Mães. Abaixo uma homenagem à Princesa Isabel, a Redentora
A
princesa Isabel aclamada pela multidão na sacada do Paço Imperial, no
Rio de Janeiro, após a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888
(foto: Antonio Luiz Ferreira/Divulgação)
(foto: Antonio Luiz Ferreira/Divulgação)
Em 24 de novembro de 1868, a Princesa Imperial do Brasil, Dona Isabel
de Bragança, e o Príncipe Dom Gastão de Orleans, Conde d’Eu, seu marido,
visitaram a cidade mineira de Baependi, hospedando-se no palacete do
Comendador José Pedro Américo de Matos, que era pessoa muito rica e
muito benquista na cidade. No entanto, por ser mulato, procurava não
frequentar as festas sociais, para evitar constrangimento a certas damas
da sociedade, especialmente nos bailes. Notara mesmo certa resistência,
quando se tratava de dançar com algumas delas.
Como anfitrião do Casal Imperial, era-lhe impossível deixar de
comparecer ao grande baile de homenagem que a cidade ofereceu a Suas
Altezas. Mas enquanto todos se divertiam com a primeira dança, uma
quadrilha, o Comendador permaneceu alheio, olimpicamente indiferente e
distraindo-se em contemplar, ora os dançarinos, ora a multidão que se
comprimia na rua.
À Princesa
Imperial não passaram despercebidas a situação e a atitude do
Comendador. Quando a orquestra iniciou a primeira valsa, o Conde d’Eu
tomou a Princesa Imperial pela mão, levou-a ostensivamente e
ofereceu-lha como par. A Princesa Imperial sorria, fitando-o. E o
sorriso era de tal modo um convite irrecusável, que ele logo se refez da
surpresa, iniciando com ela aquela primeira valsa. Tal foi a
estupefação, que durante alguns instantes o par dançou sozinho.
Depois dessa bela atitude do Casal Imperial, todas as atenções se
voltaram para o Comendador. Mas, a uma dama das mais elegantes, que
insinuara sentir imenso prazer em tê-lo como par, ele respondeu:
–
Não, minha senhora, muito obrigado. Queira desculpar-me, mas quem
dançou com a Princesa não pode mais dançar com outra mulher.
Esse gesto de nobreza repetiu-se no Palácio de São Cristóvão, com o
famoso engenheiro negro André Rebouças. O historiador Luís da Câmara
Cascudo comenta:
“A gratidão do
Dr. Rebouças ficou brilhantemente provada a 16 de novembro de 1889,
quando voluntariamente se exilou, embarcando junto com a Família
Imperial.”
( Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de Leopoldo Bibiano Xavier).
São três fatos de grande significado. Libertação dos escravos, dia de todas as mães e dia de Nossa Senhora de Fátima. Bem dito seja Deus.
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