Prédios
dos Correios em Crato, construido em 1932, na ditadura de Getúlio
Vargas, quando a cidade tinha cerca de dez mil habitantes.Hoje são mais
de 135 mil e o prédio é o mesmo.
Fonte: O POVO, por Irna Cavalcante
O vazamento do plano de reestruturação da Empresa de Correios e
Telégrafos (ECT), que prevê o fechamento de 513 agências e a demissão de
mais de 5,3 mil funcionários em todo o País, gera apreensão entre
funcionários e usuários do serviço no Ceará. Ainda não se sabe o
quantitativo que será executado no Estado e nem a partir de quando as
mudanças começam. Mas, nas ruas, a preocupação é de que ocorra
sobrecarga de trabalho e piora na qualidade do serviço. O presidente
interino dos Correios, Carlos Fortner, em entrevista ao Estadão,
informou que o plano aprovado pela Diretoria e pelo Conselho de
Administração no início deste ano está mantido, mas pode ser que os
números aumentem ou diminuam em função da análise de cada caso em
específico, processo que ainda não foi encerrado.
Sobre o assunto
Segundo ele, as mudanças ocorrerão em etapas. O primeiro passo seria
encerrar as agências que funcionam em imóveis alugados, mas que estão
próximas daquelas que funcionam em prédio próprio. Em seguida, extinguir
as que estão perto de outras que também tenham unidade própria. Somente
em um terceiro momento ocorreria a substituição por franqueadas.
No Ceará, existem 209 agências dos Correios e apenas dez funcionam em
imóvel próprio da empresa. Do total, há ainda 27 terceirizadas no
Estado. Destas, 21 são franqueadas do último processo de licitação, de
2011, que possibilita a oferta de todos os serviços, menos os de banco
postal. As demais são permissionárias que possuem lista de atividades
mais restrita. Nestes locais, não é possível, por exemplo, fazer
contratos mensais com empresas, apenas pagamentos à vista.
Em
Fortaleza, são 19 agências dos Correios. Mesmo tendo duas unidades
próximas de onde mora, no bairro do Henrique Jorge, o músico Cláudio
George, 32 anos, fica receoso com o enxugamento do quadro. Ele participa
de uma rede de compra e venda de instrumentos musicais e costuma usar
os serviços da empresa pública pelo menos três vezes por mês. “Para nós,
usuários, é muito complicado porque hoje eles cobram caro por um
serviço ineficaz. Uma encomenda que era para chegar em dez dias úteis se
transforma em dois, três meses. Se reduzir o número de agências e
funcionários, provavelmente, a tendência é piorar. Já têm umas que nem
aceitam cartão de crédito”, afirma o músico.
O diretor do
Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos e Similiares do
Estado do Ceará (Sintect-CE), Emanoel Marques, diz que há muita
apreensão entre os funcionários. “O clima é de terror dentro das
agências. Todo mundo com medo de ser demitido ou, na melhor das
hipóteses, quem trabalha interno ser transferido para entrega, que é uma
função para qual não foi admitido. Só há incerteza. Ninguém diz nada”.
Em Crato
A cidade de Crato até poucos anos possuía duas agências. A outra era
franqueada e atendia aos usuários dos Correios muito bem. Estava
localizada na Rua João Pessoa, onde hoje funciona a loja Cacau Show.
Devido à burocracia dos Correios (coisa de estatal falida) o contrato
com a pessoa que explorava a agência franqueada não foi renovado. E todo
o serviço de uma cidade com mais de 135 mil habitantes hoje é feito
unicamente no prédio da Rua Tristão Gonçalves, mais conhecida como Rua
da Vala. Juazeiro do Norte possui três agências dos Correios.
Quem ti viu quem tiver. Para se avaliar a desastrosa capacidade do PT de governar basta comparar o "Correio" de antes e depois. Não carece recorrer as empresas maiores, pelos correios se avalia.
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