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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Igreja Católica poderá ganhar nova santa: a brasileira Princesa Isabel, a Redentora


Princesa Isabel, a Redentora
     A Princesa Dona Isabel está perpetuamente gravada na memória nacional como "a Redentora", aquela que, a 13 de maio de 1888, sancionou a Lei Áurea, libertando da escravidão o povo negro do Brasil. Ainda hoje, sua memória é muito estimada pelos brasileiros, o que se comprova por ter sido finalista na premiação "O Maior Brasileiro de Todos os Tempos", de escolha popular, promovida pelo SBT, em 2012, junto a personalidades como Santos Dumont e Ayrton Senna.

      Para além do fato histórico que a eternizou, a filha mais velha e herdeira do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Dona Teresa Cristina foi uma mulher virtuosa, fiel aos preceitos da Santa Madre Igreja e profundamente devota, características sobre as quais sempre pautou sua vida e suas ações, tanto na esfera particular quanto na pública, mas que a fizeram vítima do desapreço de parte da classe política da época, comprometida, desde aquele tempo, com ideais anticristãos.

       Apesar de preferir o convívio familiar aos enfadonhos despachos com os Ministros de Estado, em razão da primorosa educação que recebeu, a então Princesa Imperial do Brasil, três vezes Regente do Império, tinha consciência de suas obrigações e as cumpria visando ao progresso do Império e bem comum do brasileiros; nisso, era tão minuciosa, diligente e dedicada ao dever quanto seu grandioso pai.

       Determinada a libertar dos grilhões os negros, quando assumiu a Regência do Império pela terceira vez, empenhou-se em fazê-lo. Logo demitiu o escravocrata Barão de Cotegipe da Presidência do Conselho de Ministros (Primeiro Ministro) e o substituiu pelo abolicionista Conselheiro João Alfredo Corrêa de Oliveira, ambos do Partido Conservador, o que propiciou a aprovação da Lei Áurea. Em momento seguinte à assinatura da lei, no Paço Imperial da Cidade, ao ser provocada pelo Barão de Cotegipe, o qual lhe disse que aquele ato teria como consequência a queda da Monarquia no Brasil, a Princesa Imperial Regente, como só as grandes almas desapegadas dos bens deste mundo poderiam dizer, respondeu: "Se mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil!"

      Para honrá-la pelo feito, quiseram construir, no alto do Corcovado, uma estátua de "Isabel, a Redentora". A humilde e devota senhora recusou, mas sugeriu que no mesmo lugar se colocasse uma imagem do único e verdadeiro Redentor, Nosso Senhor Jesus Cristo, a abençoar todo o Rio de Janeiro e, por extensão, todo o Brasil.

       De Roma, veio o reconhecimento que deve ter alegrado especialmente o coração da Princesa Imperial, a Rosa de Ouro, elevada distinção que lhe foi conferida pelo Papa Leão XIII, e que hoje se encontra no Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, no Rio de Janeiro.

     Mesmo do exílio, acompanhava os acontecimentos da República recém-instaurada e gostava de receber compatriotas em sua residência, nos arredores de Paris. Já Chefe da Casa Imperial e Imperatriz "de jure" do Brasil, recebia numerosos pedidos de auxílio material de seu povo necessitado, aos quais buscava atender com prioridade, solicitude e discrição. Também sempre procurava promover os interesses de seu País das formas que lhe eram possíveis. Em 1901, fez-se intermediária entre o Episcopado Brasileiro e o Papa Leão XIII, transmitindo ao Santo Padre uma súplica que pedia a proclamação do dogma da Assunção da Santíssima Virgem Maria.

     Em outubro de 2011, monarquistas apresentaram ao Cardeal Dom Orani João Tempesta, Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, uma petição, com 80 mil assinaturas, pela Beatificação da bondosa Princesa Dona Isabel. Em razão de a Redentora ter vivido seus últimos anos de vida exilada na França, o Cardeal Tempesta apresentou o caso ao Cardeal André Vingt-Trois, Arcebispo de Paris, assim iniciando oficialmente o processo de Beatificação. Desde então, as alegadas curas milagrosas por intercessão da Redentora e toda sua vida têm sido minuciosamente investigadas e estudadas.

      Esperamos, em breve, poder vê-la sobre os altares, como Santa Isabel do Brasil, abrilhantando a constelação de Santos da Igreja e estando sua alma diante de Nosso Senhor para interceder pelo seu amado povo brasileiro e pela restauração de uma sociedade autenticamente cristã e monárquica em nosso País.

O "Breve retrato biográfico da Princesa Isabel: para a causa de sua beatificação", redigido pelo Prof. Hermes Rodrigues Nery, pode ser baixado e lido na íntegra acessando o link:
https://fratresinunum.files.wordpress.com/…/1breve-retrato-…

Um comentário:

  1. Se a libertação dos escravos foi o grande ato da Princesa Isabel, a ingratidão dos negros com a monarquia justifica o velho proverbio : A ingratidão é o preço do favor não merecido. No episódio do plebiscito sobre o regime de governo o presidencialismo contratou para sua propaganda o negro Milton Morais, que, por dinheiro, fez tudo para desconhecer os valores da monarquia. Quem mais proveito tirou com a decisão da princesa foi quem se colocou a favor dos adversários. Uma lástima.
    Espero, desejo e confia que a justiça divina venha e Isabel seja reconhecida por Deus iluminado do Espirito Santo.

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