Mais do que em qualquer outra eleição, a campanha de 2018 colocou o Brasil numa encruzilhada. Um pedaço do eleitorado trafega pelo caminho que leva à cadeia. Outro naco de eleitores prefere a trilha que conduz ao hospital.
Ao fundo, ouve-se o barulho provocado por meia dúzia de candidatos que se oferecem como alternativas ao poste fabricado atrás das grades e à vítima da facada, recolhida à UTI.
Consolidou-se um deslocamento geográfico da campanha presidencial. Preso, o ficha-suja inelegível transformou sua cela especial num comitê eleitoral de onde articula sua substituição na cabeça da chapa. Esfaqueado, o rival do polo oposto transforma seu drama clínico num grande ato de campanha, postando desde a UTI vídeos, fotos e mensagens nas redes sociais.
A um mês do dia da eleição, os dois protagonistas da disputa, Lula e Bolsonaro, guerreiam em trincheiras extremas: uma cela e uma UTI. As principais armas do combate são o veneno ideológico e a mistificação emocional.
Num cenário assim, marcado por posições extremas, o extremismo que mais preocupa é o da agenda extremamente vazia. O maior perigo para o eleitor não é o risco da falta de sabedoria na escolha. O risco mais latente é o da falta de opção.
Comparo este eleição a você chegar numa Churrascaria e ser informado que as opções são : Figado, rim e moela. Você informar que é vegetariano e o único vegetal disponível ser jiló.
ResponderExcluirRealmente, meu caro Morais,levando em conta que as opções são adversas à nossa vontade, há uma saída: ficar com fome enquanto perdurar a procura da comida (voto) que nos agrade. Afinal, é melhor postergar o almoço do que comer algo incerto e que só nos trará dor de barriga.
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