Meus muito caros Brasileiros,
Completam-se
hoje 196 anos de quando, às margens do Ipiranga, meu tetravô, o então
Príncipe Regente Dom Pedro, com o brado de “Independência ou Morte”
proclamou nossa autonomia em relação a Portugal. E, assim, encorajado
pela Princesa Dona Leopoldina e José Bonifácio, nos legou um País de
dimensões continentais, com uma enraizada convicção de unidade nacional.
Pouco depois o Brasil assistiu jubiloso à Coroação de seu primeiro
Imperador.
Transcorridos
quase 200 anos desde o brado do Ipiranga, o Brasil atravessa a mais
grave crise de sua História; as instituições estão desmoralizadas, os
homens públicos, salvo raras e honrosas exceções, acumulam escândalos
resultantes de inimagináveis esquemas de corrupção, e não faltam aqueles
que, oportunistas, semeiam discórdia e o desconcerto, alimentando tanto
ideias de soluções mágicas e imediatistas, quanto até mesmo retomar um
fracassado projeto de inspiração socialista, contrário à índole cristã,
laboriosa e cordata do nosso povo, que levaria nossa Pátria a
experimentar os sofrimentos vividos por tantos de nossos irmãos
latino-americanos, reféns de regimes ditatoriais.
São
esses os resultados de 128 anos de uma malfadada experiência
republicana. Surgida do golpe de Estado de 15 de novembro de 1889, a
República tem, paulatinamente, causado a deterioração de tudo aquilo que
há de melhor no Brasil. Nossos valores cristãos são espezinhados em
todos os campos: a instituição da família tem sido triturada, a economia
sufocada por um Estado hipertrofiado, daí resultando o crescente
cerceamento da propriedade privada e da livre iniciativa, e os recursos
naturais, a bem dizer inesgotáveis, com os quais a Divina Providência
nos abençoou tão ricamente, são mal aproveitados, quando não
sequestrados.
Mas,
“Deus não abandona os seus”! Recentemente os brasileiros saíram às ruas
bradando “nossa bandeira é verde e amarela”, “quero o meu Brasil de
volta”, enxotando uma “seita vermelha” que se havia apoderado do poder. E
bandeiras do Império eram vistas com simpatia nesses levantes
patrióticos... Há uma sadia reação do Brasil autêntico, do Brasil real
que quer manter-se fiel às suas origens ocidentais e cristãs.
É,
portanto, com especial satisfação e esperança que vejo um número sempre
crescente de nossos patrícios afluírem às fileiras da luta benfazeja,
sempre dentro da ordem e em observância à legislação vigente, pela
restauração da Monarquia Parlamentar e Constitucional em nosso País.
Esses brasileiros, em sua maioria jovens, que ocupam os bancos escolares
e universitários País afora, reconhecem as glórias do nosso passado
monárquico e discernem, nos princípios que inspiraram a ordem e o
desenvolvimento naquele período histórico, a solução para a imensa crise
que se abateu sobre o nosso querido e hoje tão sofrido Brasil.
Como
Chefe da Casa Imperial do Brasil, herdeiro e guardião do grandioso
legado deixado pelo Rei Dom João VI, pelos Imperadores Dom Pedro I e Dom
Pedro II e pela, por três vezes Regente, Princesa Dona Isabel, cônscio
de nossa missão histórica, continuo, juntamente com toda a Família
Imperial, pronto a servir à Pátria. Mesmo na vigência do regime
republicano, estamos dispostos a zelar pelo bem do Brasil e pelo povo
brasileiro, pois sabemos que temos pesadas obrigações para com o nosso
País, devendo sempre trabalhar por sua grandeza, em qualquer campo e em
qualquer momento em que isso nos seja solicitado.
Que
Deus Nosso Senhor nos preste Seu auxílio, e que Nossa Senhora
Aparecida, a quem Dom Pedro I consagrou o Brasil como sua Rainha e
Padroeira, guie nosso povo na concretização dos anelos de grandeza
cristã que palpitam no coração de todo verdadeiro brasileiro.
São Paulo, 7 de Setembro de 2018
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
Mensagem digna da índole e caráter de um verdadeiro patriota.
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