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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 25 de setembro de 2018

Internet pode decidir as eleições no Brasil, dizem autores do livro ‘O Novo Poder’


Livro analisa como um mundo hiperconectado democratizou o acesso e o poder de influência

Fonte: Excertos da entrevista feita pela revista VEJA com os autores do livro.

    Em tempos de massivo uso da internet e redes sociais, pessoas comuns têm se tornando cada vez mais protagonistas em áreas às quais não tinham acesso anos atrás. Agora, elas conseguem saber das notícias mais rapidamente, compartilhá-las e produzir seu próprio conteúdo nas redes sociais e no YouTube. A possibilidade de obter conhecimento e ter voz, alcance e influência é chamada de “novo poder” pelos autores Henry Timms e Jeremy Heimans, autores do livro O Novo Poder, publicado no Brasil pela editora Intrínseca.

     O inglês Henry Timms é presidente do 92nd Street Y, centro cultural comunitário que cria programas e movimentos que fomentam o aprendizado e engajamento cívicos. Já o australiano Jeremy Heimans é CEO e um dos fundadores da Purpose, empresa especializada na concepção e no apoio de movimentos sociais em todo o mundo.

Pergunta da revista VEJA: No Brasil, 64,7% da população tem acesso à internet, de acordo com dados do IBGE de 2016. Em um ano de eleição, mesmo com acesso limitado, é possível que as redes sociais definam o resultado em favor de candidatos com pouco tempo de televisão?

Resposta de Timms: Não acho que seja limitado. E esse número entre as pessoas que votam tende a ser maior. Então pegue como exemplo o que se passou nos Estados Unidos. Todos os especialistas apontavam um resultado, e não foi o que aconteceu. O mesmo com o Brexit, no Reino Unido. Então, sim, é possível que no Brasil a internet decida a eleição. A ideia do tempo de TV é algo muito relacionado ao antigo poder. Não acho que se ganha eleição apresentando propostas nesse tempo, mas oferecendo algo diferente às pessoas nesse curto espaço, levando-as a um novo lugar.

Resposta de Heimans: O Bolsonaro replicou a estratégia da campanha de Trump. Ele usa um exército de pessoas nas redes sociais em seu favor, algo que a grande mídia não entendeu. Apesar de Trump apontar números na pesquisa 10% inferiores aos de Hillary, nas redes sociais seu alcance era 10% superior. Ele soube usar isso para impulsionar sua campanha, e me parece que Bolsonaro tem essa mesma intensidade. Seus números na pesquisa podem estar aquém de seu apoio. Muitas pessoas que o respaldam nessa eleição, homens mais velhos, estão participando pela primeira vez de uma eleição com redes sociais e estão se sentindo politicamente participativos, algo muito semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos.

Um comentário:

  1. Por mais que se duvide as pessoas que decidem a eleição não tem acesso ao computador, a enternet. A internet tem servido sim para fazer intrigas e brigas a quem usa. As pesquisas que chegam pela TV e pelo radio essas sim tem o puder de influenciar. Por essa razão vemos diariamente pesquisas as mais absurdas.

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