Já se disse, com bastante propriedade, que o bar numa cidade é como uma rua, feira ou estádio de futebol. Lugar democrático, onde as discussões podem até prescindir de lógica.
Não se vai ao bar apenas com o intuito de encher a caveira do “precioso líquido”. Se bem que, é para isso também, pois garganta seca não solta a palavra.
No fundo de um copo de uísque, cerveja ou vinho estão concentradas muitas doses de perdão.
O bar é a bolsa de valores das idéias. Para muita gente famosa, o bar funcionou como escritório.
Os exagerados acham que o bar é melhor do que os seus lares.
Alegam que, quando as mulheres lhe fecham a porta, o bar os recebe de braços abertos.
Ruy Castro, jornalista e escritor, escreveu que você sente que o mundo mudou quando volta ao seu bar favorito, depois de um longo tempo, e não reconhece ninguém ao redor.
São outros os rostos, outra a cor dos drinques nas mesas, outra a música de fundo, outros, até os garçons.
E, definitivamente, outros os retalhos de conversa que saem das mesas vizinhas – falam de um mundo a que você não pertence mais.
Esse novo bar e esse novo mundo parecem frios e hostis.
Melancólico, não? Ora, muda-se de bar e está resolvido o problema. Ou de mundo, como sugere o jornalista.
Embora conservador no que diz respeito a lugares para frequentar, fui habituê de muitos bares no meu itinerário de afetos.
Tenho saudades do Bar do Moura, de Juazeiro, em frente à Estação da RFFSA. Quantas histórias, quantos amigos de uma convivência fraterna.
Hoje com novo dono, novos freqüentadores.
Passou.
Prezado Wilton Bezerra - Por falar em Bar, Pedro do Ouro chegou no Bar da Toinha Boagua, em Várzea-Alegre e pediu uma cerveja. A dona da Bar sabia que o Pedro era chegado a beber e mandar pendurar o vale no torno.
ResponderExcluirEntão, fez um discurso dizendo que não vendia fiado nem a mãe dela. Pedro ficou meio encabulado e quando José de Naninha sentou numa mesa próxima disse : José, eu sair de casa com dez reais e perdi. A Toinha disse que não vende mais fiado nem a mãe dela. Você podia me emprestar dez reais, amanhã eu te devolvo.
José tirou a cédula da carteira e entregou ao Pedro. Desse dia em diante Pedro do Ouro torceu caminho, fugia do credor como o cão da cruz. Um dia bateram de frente e José de Naninha perguntou : Pedro, aqueles "Dez" quem perdeu foi tu ou foi eu?