Nota do Instituto Dona Isabel I, a Redentora
Destruímos o Museu da Nação.
Agora aparecerão mil especialistas, evidentemente vários não
especialistas entre eles, para dizer o que se perdeu, em matéria de
objetos e memorablia. Não se sabe o que se perdeu.
O Brasil ateou fogo ao seu Museu.
Dom Pedro II e Dona Isabel, que nasceram naquele palácio, mas também a
mãe do primeiro e avó da segunda, Dona Maria Leopoldina, que assinou o
“decreto” da Independência do país -- ata do Conselho de Estado --
naquela Quinta da Boa Vista, no mesmíssimo dia em que o prédio ardeu em
chamas (02 de setembro de 1822) acreditavam que somos um país abençoado.
E se eles estiverem errados e formos o extremo oposto disso?
O Museu da Nação não padeceu somente porque o Presidente Juscelino Kubitschek visitou-o e depois inaugurou a Ilha Brasilis,
inaugurando também o costume presidencial de relegar a baratas e cupins
os infindáveis prédios históricos do Rio de Janeiro; ele padeceu,
também, porque boa parte dos brasileiros atuais aceita, corrobora e
inconscientemente apoia a destruição da cultura nacional.
Brasileiros adoramos terceirizar a culpa. Eis um esporte nacional não
declarado. Não fazemos quase nada pela Nação, por sua História. Não
damos um centavo ou dia de trabalho pelas instituições históricas e
culturais. As manchetes dos jornais reproduzirão o Brasil. A culpa será
sempre de Fulano, de Sicrano ou de Beltrano.
Que as labaredas do palácio-museu tenham levado consigo a purgação de
muitas culpas desta Nação, tal como ocorria em algumas das culturas de
que ele era repositório.
Que o Museu da Nação, nascido em 1818 e falecido em 2018, possa perdoar o Brasil e os brasileiros pelo seu trágico fim.
Brasília, 03 de setembro de 2018.
Não vejo nenhum artista super rico afirmando que o dinheiro leberado pela "Lei Rouanet" teria melhor finalidade se aplicado na conservação dos museus e casas de culturas.
ResponderExcluirO fato é que o museu não fala, não faz protesto, não defende o governo, não vota.
Já os artistas são uma fonte de votos, carregam o santo no andor.