O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato, divulgou nesta semana um balanço sobre o andamento da operação no Supremo Tribunal Federal. Fez isso a pretexto de demonstrar que a coisa caminha bem. O esforço saiu pela culatra. A comparação com os resultados de Curitiba é constrangedora. Na primeira instância, os encrencados sem mandato são sentenciados em escala industrial. Na Suprema Corte, a coisa corre no ritmo da impunidade.
Em quatro anos e nove meses, Curitiba produziu 226 condenações contra 146 pessoas. Algumas foram condenadas mais de uma vez. Juntas, as sentenças somam 2.120 anos, 5 meses e 20 dias. No Supremo, houve uma mísera condenação. Um deputado federal foi sentenciado a 13 anos, nove meses e dez dias de cadeia.
No Paraná, estão em cana ou já passaram pela cadeia estrelas da oligarguia político-empresarial. Gente como Lula, Eduardo Cunha, Léo 'OAS' Pinheiro e Marcelo Odebrecht. O único condenado no Supremo, o deputado paranaense Nelson Meurer, do baixo clero do Partido Progressista, está solto.
A comparação entre a primeira e a última instância do Judiciário não é perfeira. Juízes de primeiro grau julgam sozinhos monocraticamente, como se diz. E os ministros da Corte Suprema tomam decisões colegiadas. O processo decisório é mais complexo. Ainda assim, é impossível ignorar os dados.
A coisa fica mais espantosa quando se considera que, além de não produzir condenações, o Supremo manda soltar condenados em segunda instância, como fez com José Dirceu, que coleciona 41 anos de cadeia. Que Ricardo Lewandovski não nos ouça ele pode chamar a Polícia Federal, mas a cadência que o Supremo imprime à Lava Jato é uma vergonha.
Por essa razão e não por outra, é que um general declarou que ministro do STF que solda bandido não é juiz, é parceiro.
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