Lembro que eu era ainda muito pequeno e, em um dia de São José, o verão ressecava tudo e a esperança era a última naquela tarde tristonha. Minha mãe, vendo o tempo nublado prás bandas do Cariri, começou a cantar:
"Meu divino São José,
Aqui estou em vossos pés
Dai-me chuva com bonança
Meu Senhor de Nazaré".....
O tempo mudou, veio um nevoeiro forte com trovões e uma chuva redentora naquela noitinha. O certo é que fui dormir acreditando que o temporal tinha sido obra do canto melancólico da minha mãe.
Crenças à parte, a verdade é que o sertanejo tem uma grande fé que, chovendo no dia de São José, o inverno é próspero na região. E isso tem se consolidado pelas mudanças climáticas que sempre ocorrem por volta do período que antecede ou suplanta o dia 19 de março.
A ciência, no entanto, vincula o fenômeno da ocorrência de chuvas ao chamado "equinócio", ou seja, a fase em que coincide com a passagem do sol pela zona do equador da terra.
Tudo obra de Deus...
Morais as crenças populares estão realmente se esvaindo no meio desse porvilhão de modernidades. Mas a história é feita de fatos e estes precisam ser resgatados. O seu blog dá uma contribuição imensa às coisas e causos do nosso folclire.
ResponderExcluirPrezado amigo Antônio - Como diz o Casimiro de Abreu no seu poema DEUS eu repito - Eu me lembro, eu me lembro, era pequeno e brincava no Sanharol. Lembro das novenas de São José na casa de Luíza Felix. De volta pra casa, na passagem pela baixa entre as casas de José Bastião e Meninin Bitu, entranhada nos galhos de mufumbo uma raminha frágil produzia uma flor branca de perfume inigualável. Ali se via fé e esperança. Diferentemente de hoje que falta fé e sobra anarquia e desordem. Eu acho que a natureza está dando o troco merecido pelo que o homem tem lhe causado. A natureza ou Deus, como queiram.
ResponderExcluirÉ verdade Antonio Morais,a natureza não sabe se defender,mas sabe muito bem se vingar.
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