Preocupante: aeroporto de Juazeiro perde 64% da sua movimentação
A notícia caiu como uma bomba! A partir desta quinta-feira – 25 de
abril – a empresa de aviação civil Avianca deixa de operar no Aeroporto
de Juazeiro do Norte (mudará a denominação para Airport Juazeiro).
Consoante declaração do empresário juazeirense José Roberto Celestino: "Embora
a Avianca tenha 17% de participação de mercado no Brasil, em Juazeiro a
companhia responde por 65% dos voos. E o nosso aeroporto é também o
nosso porto. Então, vamos à luta para mostrar para as outras companhias
aéreas brasileiras, que há uma grande oportunidade de investimento no
Cariri, já que a área de influência do aeroporto de Juazeiro atende a
uma região que envolve quatro estados, e atende a 127 municípios do
Nordeste".
Prejuízo grande
Além de superavitário, o movimento do Aeroporto de Juazeiro é grande
A má notícia foi anunciada logo após o atual Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes (futuro Airport Juazeiro) ter sido privatizado com a perspectiva de melhoria pela empresa ganhadora da concorrência, a espanhola Aena Desarollo Internacional,
a qual arrematou o terminal caririense juntamente com outros cinco
aeroportos do “bloco Nordeste”. José Roberto Celestino esclarece mais: "No
bloco do Nordeste, apenas três dos aeroportos operados pela Infraero
apresentam lucro, o de Recife, o de Maceió e o de Juazeiro do Norte. E
quando Aena Desarollo Internacional tomar posse do nosso aeroporto,
vamos mostrar que ele tem capacidade para receber investimentos e dar
retornos satisfatórios".
O engenheiro José Roberto Celestino acrescenta que os 35 voos semanais operados a partir do aeroporto do Cariri têm uma ocupação média superior a 80%. "É uma ocupação excelente, com boa tarifação, e as passagens não são baratas", reforça. Com a saída da Avianca, José Roberto Celestino avalia que a prioridade inicial é substituir as frequências de voos para Fortaleza e Brasília. "Temos esperança de que a Latam ou a Gol façam esses voos", disse ele.
Resta-nos torcer para que a superação desse problema se faça com urgência, mesmo sabendo que a burocracia da ANAC gasta cerca de um ano para autorizar novas linhas de operação nos aeroportos brasileiros... Coisa de estatal!
A religiosidade do povo do Cariri
Um fato chama a atenção dos visitantes que vêm ao Cariri, principalmente os residentes no Sudeste do Brasil: No Sul do Ceará, as pessoas que se levantam cedinho para exercitarem-se fisicamente, costumam fazer suas caminhadas com um terço na mão, para rezar o rosário mariano. Aquilo que chama atenção de pessoas de outras regiões brasileiras, é fato antigo e corriqueiro no Cariri cearense.
No final da década 40 do século passado, o autorizado historiador Irineu Pinheiro, escreveu a frase abaixo, inserida na página 94, do seu livro “O Cariri”, publicado em Fortaleza, em 1950 e republicado, em edição “fac-símile”, pela Fundação Waldemar de Alcântara, em 2009:
“Foi sempre muito religioso, inda hoje o é, o povo do Cariri”.
Pátio
da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores, em Juazeiro do Norte, na
festa de Nossa Senhora das Candeias, no dia 02 de fevereiro
“(Nos primórdios da sua colonização, início do século 1700) Distante mais de 600 km do litoral, carente de comunicação com os centros mais adiantados, no Cariri foi plasmada uma cultura própria, herança portuguesa, sob forte influência da Igreja Católica. Em algumas localidades, as companhias de penitentes se flagelavam, à noite, em frente das igrejas e dos cemitérios. O centro gravitacional das populações girava em torno da aristocracia rural, como se fora um feudo medieval. O proprietário rural atuava quase sempre como um poder moderador nos conflitos naturais da convivência humana. E a relação patrão-empregados era feita na base do compadrio. O proprietário rural era visto mais como um amigo (a quem se podia recorrer nas dificuldades) sendo impensável, naquele tempo, a versão – ainda em moda nos dias atuais, nas universidades públicas – de classe dominante”.
Mentalidade religiosa de décadas atrás
Essa mentalidade religiosa, característica da população do Cariri, prevaleceu até a década 1950. A partir dos anos 1960, com a difusão, também entre nós, das ideias do filósofo marxista Antônio Gramsci – conhecidas por “ocupação cultural” – invadiram os espaços da nossa sociedade, de maneiras especial nas universidades públicas, escolas, imprensa, cinema, teatro, instituições culturais, dentre outras. O resultado disso foi a imposição de uma mentalidade laicista – em tudo oposta à mentalidade católica tradicional – nas diversas camadas da população caririense. A partir disso sofreu declínio as manifestações do catolicismo tradicional.
Hoje, a população caririense, mesmo a parcela mais pobre, tem amplo acesso à televisão (com as novelas chamadas de vanguarda), as quais, aliadas à massificação da mídia, ao crescimento das redes sociais, à crescente presença dos cursos universitários, (não só na conurbação Crajubar – Crato-Juazeiro-Barbalha –, mas nas demais cidades periféricas do Cariri) contribuíram para que a religião católica perdesse a influência que possuiu outrora.
Resistência Quae Sera Tamen (Resistência ainda que tardia)
Romaria à Serva de Deus Benigna Cardoso, em Santana do Cariri
Parafraseando o lema da Inconfidência Mineira (Libertas Quae Sera Tamen) observa-se que, apesar de toda as investidas da “ocupação cultural” de Gramsci, e graças à devoção popular que se conserva à memória espiritual do Padre Cícero, da devoção à Serva de Deus Benigna Cardoso, como também, ao surgimento dos novos movimentos de leigos consagrados (dentre eles: Comunidade Sal da Terra, Filhos Amados do Céu, Missão Resgate, Fundação Terra, Focolares, Arautos do Evangelho, dentre outros) persiste, no Cariri, uma minoria que mantém o espírito católico existente há décadas atrás.
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