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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 15 de maio de 2019

CULTO AO RESULTADO - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo.


Uma forma prá lá de simplista para explicar o que se pretende num jogo de futebol: tentar fazer gols e não levá-los.
É só isso mesmo? Claro que não.
O futebol envolve mais coisas do que imagina a nossa vã filosofia.
Infelizmente, na pátria cabralina, por necessidade de sobrevivência, quem influi no pedaço futebolístico resolveu inverter as coisas: procurar não levar gols e, depois, pensar em fazê-los.
Por conta disso, foi um tal de “fechar a casinha” que parecia não ter fim.
Agora, nota-se um movimento no sentido de fazer retornar um jogo mais ofensivo e interessante de se ver.
Conclusão clara de que “quem só se protege demais é escravo de si mesmo”. Não parece, mas a frase é nossa.
Numa direção contrária, vem a praga do resultadissimo.
Se a vitória não acontece, nada mais valeu a pena.
Ressuscita-se, com uma força destruidora, uma frase de estourar os tímpanos: “Jogar mal e vencer, é assim no futebol”.
Apesar da cegueira dessa gente, esperemos que Ceará e Fortaleza continuem a propor o jogo, mesmo que os primeiros resultados não tenham sido favoráveis.
Jogar bem e perder pode ser inútil, até certo ponto. Jogar feio e ganhar, não tem a menor graça.
Eu sei que a beleza tem suas fragilidades.

Um comentário:

  1. Logo após a Copa do Mundo de 1930, no Uruguai, o esporte bretão tomou um grande impulso no Brasil. Multiplicaram-se os campos improvisados! As bolas para a pratica do esporte iam desde as feitas com bexigas de boi até as de pano.

    Em Várzea-Alegre, talvez tenha acontecido a mais inusitada partida de futebol daqueles dias. O campo era um curral onde as duas porteiras, abertas apenas com o pau de cima, serviam de balizas e a bola era uma almofada de bilros. As duas equipas se posicionaram para iniciar a disputa. Há quem diga que houve até um minuto de silencio; não se sabe para quem.

    Quando o arbitro deu o silvo inicial, os bandos contendores se "abofelaram" e a poeira cobriu. O juiz ficou perdido no meio da pancadaria e só conseguiu encontrar o apito cinco minutos depois. Com vários e altos silvos longos, conseguiu parar a tourada, mas o estrago já estava feito! Acalmados os ânimos e baixado a poeira, a almofada tinha desaparecido, dez braças de cerca estavam no chão e meia dúzia de contundidos baixaram à "enfermaria" que era uma bodega nas proximidades: cada um tomou um oito de cana para não gripar.

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