Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 29 de maio de 2019

SOBRE OS ÍDOLOS - Por Wilton Bezerra, comentarista esportivo.


Não é fácil lidar com os ídolos.
Por serem especiais, possuem uma aura que, às vezes, os tornam inacessíveis.
Ainda bem, existem as boas exceções.
De dois ídolos consegui me aproximar, por meio de entrevistas.
Roberto Carlos, quando de show em Juazeiro do Norte, nos anos 1970, me concedeu entrevista exclusiva.
E foi o “Rei” que possibilitou o meu trabalho de reportagem, ameaçado na sua realização por um assessor pentelho.
No final da entrevista, solicitou até que o momento fosse fotografado.
Pelé, o maior jogador do mundo, me pareceu de uma simplicidade incrível.
Quando o Santos jogou na terra do Padre Cícero, aceitou convite para jantar em uma churrascaria, onde muitas pessoas o rodearam, e não foi inabordável em nenhum momento.
Acompanhando jogos da seleção brasileira, tive outras oportunidades de comprovar a impressão sobre Pelé.
Estávamos eu, Carlos Silva e Rogério Vieira, o “Gata Mansa”, em um bar nas proximidades do hotel Tambaú, em João Pessoa. Foi quando ao avistar o ídolo, o Gata gritou: “Pelé, gente boa, venha aqui para que eu lhe abrace.”
O “Rei do do Futebol” foi à nossa mesa, papeou numa boa e pediu desculpas por não demorar mais.
Na Copa do México, em 1986, nem se fala. Sua presença provocava um rebuliço e parecia a chegada de um chefe de Estado. Nos estádios, atendia a todos com a melhor boa vontade.
Mas, o que me intriga é que certos ídolos não têm instinto de preservação e parecem inconscientes do que representam.
Cristiano Ronaldo, ao ser entrevistado, tomou o microfone do repórter e o lançou num lago.
Ronaldo Nazário, no auge de sua fama, quando no Rio de Janeiro, envolveu-se com travecos e ainda lhes deu um “xexo”, transformando o caso num escândalo policial.
Neymar, o rei da ostentação, de forma estúpida, deu um soco no rosto de um torcedor na França, sem medir as conseqüências para a sua imagem. 
Isso, sem se falar nas simulações que viraram piada no Mundo.
Muitos pintores, escultores, cantores e atores irascíveis, aprontaram “extravagâncias” e excessos com comportamentos autodestrutivos.
O sucesso altera o comportamento das pessoas de caráter fraco.

Um comentário:

  1. Meu caro Wilton - Existem os ídolos e existem os monstros. Pelé era ídolo, Newmar falta pouco para o Renê Simões acertar a sua assertiva. "Estamos criando um monstro".

    ResponderExcluir