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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 3 de abril de 2024

Crônicas e contos - Por Antônio Morais.


O farmacêutico Teófilo Siqueira estava em sua farmácia quando entrou um camarada bem afeiçoado, de terno, chapéu de massa, anéis nos dedos, óculos escuro, disposto a zoar com velho farmacêutico.

Foi entrando e informando que estava com um grave problema de saúde. Havia perdido o paladar e a memória, estava a precisar da medicação "Podela". Ele falava e ria ao mesmo tempo, como quem estivesse debochando do velho Teófilo.

O farmacêutico se comprometeu em manipular um medicamente até o outro dia, e, partiu para a ação. Apanhou uma "merda seca" pilou bem, transformou num pó, produziu duas pílulas milagrosas e guardou na prateleira.

No dia seguinte, o caboclo entra na farmácia com o mesmo ar debochado, rindo da cara do Teófilo e perguntou : Conseguiu manipular o medicamento?

O velho Teófilo apanhou e entregou : O caboclo abriu o pacote, tirou uma das cápsulas, colocou na boca e reagiu com um grito retumbante : Isso é merda! O velho Siqueira emendou : É "o pó dela"

O farmacêutico respondeu pausadamente : Já recuperou a paladar e eu aposto que você jamais vai esquecer que, um dia, comeu merda.

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