No próximo domingo, 1º de setembro de 2019, a população cratense festejará sua Imperatriz e Padroeira
A devoção à Santíssima Virgem Maria, na cidade de Crato, aqui venerada
sob o título de Nossa Senhora da Penha, remonta a uma humilde capelinha
de taipa, coberta de palha, construída – por volta de 1740 – pelo
capuchinho italiano Frei Carlos Maria de Ferrara. Este frade foi o
fundador do aldeamento da Missão do Miranda, núcleo inicial da atual
cidade de Crato. A missão foi criada para abrigar e prestar assistência
religiosa às populações indígenas, espalhadas, no século XVIII, ao
Norte da Chapada do Araripe. A notícia mais antiga, até agora conhecida,
sobre as atividades pastorais de Frei Carlos Maria de Ferrara, em
Crato, tem a data 30 de julho de 1741.
Em 1762, o 8º Bispo de Olinda, Dom Francisco Xavier Aranha, criou a
Paróquia de Nossa Senhora da Penha, que só foi instalada em 1768. A
partir daí teve início os novenários anuais em louvor s Padroeira de
Crato. No entanto a primeira notícia que temos das festas de Nossa
Senhora da Penha, na Vila Real do Crato, foi-nos transmitida por Os
festejos dedicados a Nossa Senhora da Penha – Imperatriz e Padroeira de
Crato – são realizados há 251 anos. E se constituem na mais tradicional e
longeva manifestação religiosa popular feita nesta cidade.
A mais antiga referência a esta festa data de 1838, e foi feita por
George Gardner, naturalista, botânico memorialista, intelectual,
pesquisador, escritor, ensaísta e cientista escocês, que esteve em Crato
em 1838. Autor do livro “Viagem ao Interior do Brasil”, publicado em
Londres em 1846 (e somente traduzido para o português e editado no
Brasil quase cem anos depois) George Gardner descreveu – no livro citado
– a festa da Padroeira de Crato, da qual destacamos o seguinte trecho:
“Durante minha estadia em Crato foi celebrada a festa de N. Senhora da Conceição,
(Gardner equivocou-se quanto à invocação da Virgem Maria patrona da
Cidade de Frei Carlos, pois o certo é Nossa Senhora da Penha) precedida
de nove dias de divertimentos, cujas despesas correm por conta de
pessoas designadas para conduzi-los; enquanto durou a novena, como é
chamada, os poucos soldados que havia na vila não cessaram quase, dia e
noite, de dar tiros e as procissões, iluminações, girândolas de foguetes
e salvas, com um pequeno canhão em frente da igreja, trouxeram ao lugar
um constante alvoroço”.
(Pesquisa e postagem de Armando Lopes Rafael)
Postagem digna de admiração, aplauso e louvor. Parabéns Armando.
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