Todo
dia 14 de setembro, os cristãos católicos, celebramos a Exaltação da
Santa Cruz. Para mim, uma das melhores definições dessa exaltação, já
que no Império Romano era a mais ultrajante forma de condenação, a morte
na cruz, é de São Paulo. Ele nos diz em sua 1ª carta aos Coríntios:
“... a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para
nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus” (1Cor 1,18). A
celebração tem origem no século IV, quando, a Verdadeira Cruz de Jesus
foi descoberta, em 326, pela Imperatriz Santa Helena, mãe do Imperador
Constantino I, durante peregrinação à cidade de Jerusalém.
A santa descobriu as três cruzes usadas na crucifixão de Jesus e dos
dois ladrões. Um milagre revelou qual das era a cruz verdadeira, a Vera
Cruz de Cristo. Em 13/09/335, ocorreu a dedicação da Basílica do Santo
Sepulcro de Jerusalém e a Cruz foi exposta no dia 14, propondo reflexão
sobre Jesus que n’ela sofreu.
Santo Eusébio, São Cirilo, Santo Ambrósio, foram alguns dos que
aclamaram a descoberta da Santa Cruz, mas, Calvino e Lutero zombaram das
parcelas da verdadeira Cruz espalhadas pelo mundo como relíquias. Essas
parcelas, diziam, dariam para construir um edifício. No livro
“Fisionomia dos Santos” (1875), o francês Ernest Hello, conterrâneo do
santo padroeiro dos advogados, Santo Ivo, trata de uma pesquisa de
Charles Rohault de Fleury, arquiteto francês. Eis a conclusão da
pesquisa sobre todas as relíquias da Cruz: “... a cruz de Jesus Cristo
deveria ter cerca de cento e setenta e oito milhões de milímetros
cúbicos”.
Diz ele que espalhados pelo mundo há cerca de 15 milhões de
milímetros; o que não perfaria a décima parte da cruz e afirma que a
Cruz tem madeira resinosa e provavelmente fora feita de pinheiro. A
elevação da Santa Cruz refere-se à mudança de signo da Cruz, de infame
para sinal de vitória. Para nós, cavaleiros e damas da Ordem Equestre do
Santo Sepulcro de Jerusalém é dia indulgenciado e de celebração.
Nós,
sobralenses, presentes à Missa da Sé das 18h30min deste dia,
glorificaremos a Jesus que na Santa Cruz se ofereceu pela salvação da
humanidade e daremos graças pela abertura oficial da Causa de
Beatificação e de Canonização do Servo de Deus Joaquim Arnóbio de
Andrade (foto ao lado), com a presença do Sr. Bispo Diocesano,
Dom Vasconcelos, clero, religiosos e religiosas, com destaque às Madres
Antonieta Portela, atual, Odete Neves, emérita, e Maria de Jesus que
também foi Madre das Missionárias Reparadoras do Coração de Jesus, e
todo o povo de Deus, além do Tribunal constituído, tendo a participação
do postulador, Dr. Paolo Vilotta; Pe. Agnaldo Temoteo da Silveira, juiz
da causa; Dr. Ronaldo Frigini, juiz civil; Pe. Nonato Timbó de Paiva,
promotor; Margarida Almeida Lopes, leiga; e Pe. João Paulo Aguiar
Bezerra, vice-chanceler. A Comissão Histórica será constituída pelo
Cavaleiro José Luís Lira, Dra. Ana Lúcia Frigini e Ir. Carminda
Carvalho.
Após esta importante celebração, haverá o traslado dos restos mortais
do Mons. Arnóbio que estavam na Igreja do Menino Deus, atualmente em
manutenção, para a Capela de Santo Antonio, na Rua Pe. Fialho, tornando
mais acessível aos fiéis, até que possam retornar ao Menino Deus. Ao
final entoaremos: Vitória, tu reinarás; oh Cruz, tu nos salvarás!
(*) José Luís Lira
é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do
Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito
Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina)
e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É
Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte
livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais
brasileiras.
Uma portagem digna de ser lida. Parabens.
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