O
Cardeal João Braz Aviz, Prefeito da Congregação para os Religiosos,
visitou a capela de Santa Teresa, de Crato, em 21 de outubro de 2014
Há
quase cem anos era inaugurada, na cidade do Crato, a capela de Santa
Teresa de Jesus. Felizmente esta igrejinha está conservada, mantendo sua
originalidade, até os dias atuais. A pequena capela foi entregue ao
povo católico da “Cidade de Frei Carlos”, num dia 31 de outubro,
aniversário de nascimento e de sagração episcopal de Dom Quintino
Rodrigues de Oliveira e Silva, primeiro bispo de Crato, coordenador da
construção deste templo.
Devemos a construção dessa capela à Cruzada Carmelitana, uma associação
religiosa existente em Crato, fundada em 1914, pelo então vigário da
Paróquia de Nossa Senhora da Penha, Padre Quintino, o qual, um ano
depois, seria eleito primeiro bispo da nossa diocese.
A Cruzada Carmelitana era formada por senhoras e jovens da sociedade
cratense. Além da parte religiosa, seus membros desenvolviam uma grande
ação social na comunidade. Na prática religiosa, basta destacar que as
festas de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e Santa Teresa d’Ávila
(15 de outubro) eram comemoradas com grande pompa, precedidas de Tríduo
Festivo e encerradas com uma missa solene. Tudo acompanhado pelo Coral
das Teresinas, onde se sobressaía a maravilhosa voz de Iraídes
Gonçalves. De tudo isso só nos resta as gratas lembranças e os registros
históricos...
Foi notável o empenho da Cruzada Carmelitana na construção da sua
capela. As ricas obras talhadas em madeira de lei (altar-mor, quatro
nichos laterais, confessionário, sólio episcopal, bancada e grade do
altar) foram esculpidas por Mestre José Lucas, conhecido artesão
cratense. Tão bonito é o sólio episcopal que, posteriormente, foi este
cedido à Sé Catedral, onde ainda hoje está, tendo servido aos seis
bispos da Diocese do Crato.
As imagens da capela foram adquiridas na Itália. No altar-mor está o
“Trio Carmelitano”: Santa Teresa d’Ávila pontifica como padroeira, tendo
ao seu lado Nossa Senhora do Carmo e São José. Os quatro nichos
laterais abrigam as estátuas de São João da Cruz, Santa Teresinha do
Menino Jesus, São Geraldo e São Quintino.
Toda a construção e acervo da capela de Santa Teresa foram viabilizados
no primeiro quartel do século passado, quando o Crato vivia longe
(quase isolado) dos grandes centros do Brasil. Naqueles tempos, as
estradas e os meios de comunicação eram precários e a nossa economia
dependia unicamente do produzido nas fainas agrícolas e na incipiente
pecuária da época. Mas o importante é que o povo tinha fé! Tanta, que
este pequeno templo aí está, para atestar o sentimento católico da
população daquele tempo.
A capelinha - talvez por desígnio da Divina Providência - resistiu às
más administrações públicas do Crato, responsáveis pela destruição de
prédios históricos, a exemplo de todo o quarteirão da Rua Miguel
Limaverde. Resistiu às falsas ideias de modernismo, que tiveram seu auge
na medíocre década 60, após a construção de Brasília. Resistiu até aos
tempos confusos pós Concílio Ecumênico Vaticano II, tempos esses
felizmente encerrados com a eleição do Papa João Paulo II, para a
Cátedra de São Pedro, em 1978.
Pouca gente sabe: essa capela é propriedade da Diocese do Crato, e
está, há longos anos, sob a custódia da Congregação das Filhas de Santa
Teresa, que souberam conserva-la em toda a sua originalidade.
Altar-Mor da Capela de Santa Teresa de Jesus, em Crato
Uma postagem de leitura prazerosa.
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