Escrevo esta coluna enquanto me preparo para deslocamento da Capital
Paulista a Tambaú (262km), Diocese de São João da Boa Vista (SP). O
percurso é desconhecido para mim, mas, de leituras já é conhecido, por
meio do Padre Donizetti de Tambaú, mas, ultimamente, Tambaú, a Cidade da
Fé, é do Padre Donizetti e não o inverso.
A Sala da Imprensa da Santa Sé publicou, na última segunda-feira da
quaresma, 08/04/19, a notícia de que Sua Santidade o Papa Francisco
autorizou decreto reconhecendo milagre atribuído ao Venerável Donizetti
Tavares de Lima. Foi motivo de grande alegria para todo o Brasil que
ainda não sabia de que Irmã Dulce seria canonizada.
O novo Beato está em dois livros meus. No “A Caminho da Santidade”,
Editora A Partilha (2012), registro: Nasceu em Santa Rita de Cássia
(MG), a 3 de janeiro de 1882. Foi ordenado sacerdote em 12 de julho de
1908 e sua primeira paróquia foi Santana do Capivary, em Campanha (MG).
Após passar por outras paróquias em São Paulo, a 12 de junho de 1926,
assumiu a Paróquia de Santo Antônio, em Tambaú, onde exerceu profícuo
apostolado até o seu retorno à Casa do Pai. O jornalista Joelmir Beting,
assim se expressa a seu respeito: “Ele dormia em estrado de madeira
coberto de jornal. Jantava caldo de quiabo e vestia-se com batina
surrada. Sua única riqueza era uma biblioteca abastecida por livros
doados, classificados um a um... Severo quando preciso, bondoso,
sempre...” Seu biógrafo, José Wagner Cabral de Azevedo, diz que ele era
“... um homem... que por um chamado de Deus, entregou sua vida ao
Evangelho e à procura do bem do seu próximo”.
Em artigo publicado, o nosso Cardeal do Brasil, Dom Orani Tempesta,
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, nos ensina:
“De sua pequena Tambaú, como sempre acontece com os sinais divinos, suas
bênçãos atravessaram o estado e o país. Simplesmente um padre que reza e
abençoa a povo. Ao mesmo tempo cuida de sua paróquia, realiza obras
sociais para os necessitados e é obediente à Igreja. Alegro-me em poder
testemunhar esse momento significativo para a vida da minha Diocese de
origem e mesmo de toda a Igreja no Brasil, já que de todos os cantos e
recantos chegam a Tambaú, peregrinos para pedir a sua intercessão junto
de Deus”.
Conforme o jornalista Francisco Sartori, “Padre Donizetti viveu seu
apostolado a serviço de Deus e da Igreja, cuidando de seu rebanho não só
na parte religiosa e espiritual, mas também fora da Igreja”. O rebanho
do Padre cresceu e o Beato Donizetti parece cuidar de todos nós!
Momento muito esperado numa Causa de Beatificação e de Canonização se
vivenciará neste dia 23, véspera da Festa de Cristo Rei, quando o
Cardeal-Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Dom Angelo
Becciu, presidirá, em nome de Sua Santidade, o Papa Francisco, a
beatificação do Padre Donizetti, em Tambaú. Parabenizo aos entusiastas
da Causa do Beato Donizetti e agradeço ao Dr. Paolo Vilotta, postulador
da Causa, por sua brilhante atuação. Próxima semana, junto com o Pe.
Nonato Timbó, participarei de encontro, coordenado por Ana Lúcia e
Ronaldo Frigini, com o postulador e demais representantes de causas de
beatificação e de canonização do Brasil que correm sob a
responsabilidade de Paolo Vilotta.
Salve o Beato Donizetti de Tambaú!
(*) José Luís Lira
é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do
Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito
Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina)
e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É
Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte
livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais
brasileiras.
Que venha contribuir com a fé e esperança do povo brasileiro.
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