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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 1 de dezembro de 2019

Crônica do domingo: Memórias de um empregado da Princesa Isabel no exílio


Durante o exílio imposto à Família Imperial Brasileira após a quartelada republicana de 15 de novembro de 1889, a Princesa Dona Isabel de Bragança, tendo se tornado Chefe da Casa Imperial do Brasil, contratou, em 1895, para ser seu criado particular, o jovem e fiel francês Albert Latapie. Em suas memórias, ele nos informa que “A Princesa me disse que eu estaria ao seu serviço como empregado e prometeu ao meu pai que tomaria muito cuidado comigo; o que ela fez durante toda a vida”.

A Redentora saia muito e, geralmente, Latapie ia sempre junto, sentado na boleia do landó. Uma vez por mês, às sete horas da manhã, Sua Alteza ia a Versalhes, onde tinha seu confessor. Tomava café da manhã na casa paroquial, e de lá ia de encontro à sua grande amiga de infância, a Baronesa de Muritiba, nobre brasileira que havia acompanhado a Família Imperial em seu penoso exílio. Passeavam por Paris até a hora do almoço, quando, muitas vezes, o cocheiro aproveitava para trocar os cavalos para o período pós-meio-dia. Nesses passeios, a Chefe da Casa Imperial do Brasil visitava hospitais, clínicas e as casas dos pobres e, com frequência, faltava-lhe dinheiro, por serem tantas as esmolas que desejava distribuir.

Nas noites de inverno, uma vez por semana, Sua Alteza ia à Ópera de Paris – a “Imperatriz exilada do Brasil” era a única pessoa, além do Presidente da França, autorizada a entrar de carruagem no pátio interno da Ópera. Lá ocupava o camarote do Príncipe Henrique de Orleans, Duque d’Aumale, tio de seu marido, o Príncipe Dom Gastão de Orleans, Conde d’Eu. Quando ia à Comédia Francesa, usava o camarote de Dona Eufrásia Teixeira Leite, rica dama brasileira, também residente em Paris. Todas as vezes, a Redentora pagava uma entrada para Latapie, que, anos e anos depois, soube que Sua Alteza o fazia para que ele não ficasse por longas horas, à noite, pelas ruas da capital francesa.

(Baseado em trechos da palestra “Quem foi a Princesa Isabel?”, que o Professor José Ubaldino Motta do Amaral ministrou durante Sessão Solene realizada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a 20 de maio de 2014, em homenagem à Princesa Dona Isabel e ao 126º aniversário da Assinatura da Lei Áurea, na presença de Suas Altezas Reais o Príncipe Dom Antônio e a Princesa Dona Christine de Orleans e Bragança).


Abaixo, foto tirada na velhice de Sua Alteza Imperial a Princesa Dona Isabel de Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, durante seu longo exílio (1889-1921).

Um comentário:

  1. A republica aproveitou a oportunidade de unir gente de mal caráter, má índole e maus costumes a pouca sabedoria do povo. Quando se tentou fazer uma limpeza como em 1964 até que se conseguiu exilar parte dos bandidos. Depois ao retornarem o povo se encarregou de promove-los a gerentes de seus destinos. Deu no que deu. Quem era baderneiro, desordeiro continuou sendo, quem era corrupto e ladrão continuou roubando. Assim segue a republiqueta entregue aos bandidos e com a aplauso de um povo analfabeto, idiota, imbecil e sem discernimento e capacidade de escolher.

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