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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 30 de março de 2020

DÓRIA JÁ QUIS SE PROMOVER COM A SECA NO CEARÁ - Por Wilton Almeida.


É difícil acreditar que sejam reais os acontecimentos semelhantes aos mostrados pelo cinema-catástrofe, quando populações inteiras são atingidas por pestes.
Quando acordamos, ficamos com a sensação de que a praga do coronavírus não passa de um pesadelo; tudo ficção da sétima arte.
Eis, no entanto, o choque de realidade, nos mostrando que os horrores são reais para o mundo todo.
Se, nos momentos de tragédia, parte da humanidade cresce, uma outra nos faz crer que a salvação do homem é uma enorme impossibilidade.
Falo daqueles que procuram tirar vantagem de uma situação dolorosa em proveito próprio.
No mundo político, no jogo do escancarado oportunismo, desponta, entre outros, a figura do Sr. João Dória, governador de São Paulo, cuja obsessão é governar o Brasil.
Em 1987, quando era presidente da Embratur, João Dória propôs reduzir a verba para obras de irrigação e transformar a caatinga em ponto turístico.
Isso se deu no governo Sarney, em visita que Dória fez a Fortaleza.
Isso mesmo: Dória desejava transformar a seca em atração turística, enfatizando que todos tinham o direito de conhecer a riqueza e a pobreza do Brasil.
Os senhores já imaginaram, ônibus lotados por turistas para ver de perto as pessoas atingidas pela miséria da seca; de preferência, distribuindo comida, como se estivessem num zoológico?
Transformar em turístico o sofrimento de um povo só pode ser considerado delírio de um idiota, despreparado, desumano e estupidamente oportunista.
Foi um vexame, seguido de várias tentativas para consertar o discurso absurdo do atual governador de São Paulo.
Esse homem tem uma fixação: governar o Brasil.
Eu pergunto: depois de um país varrido pela incompetência, megalomania, roubalheira braba e corrupção estratosférica, temos que suportar ainda uma mala maldita dessa?
Que pecado cometemos para pagar com tamanho sacrifício? Teríamos na cena pública mais um cavaleiro do apocalipse ?
Basta de cinismo.

Um comentário:

  1. Eu espero, desejo e confio que ele não consiga. Quando o governador Geraldo Alckmin lançou a prefeito de São Paulo metade das figuras importantes do PSDB deixaram o partido. Foi eleito graças ao prestigio do governador. Com dois anos largou a prefeitura, perdeu a outra metade do partido. Se elegeu governador graças a onda Bolsonaro embora não tivesse o apoio declarado e presente.

    Agora ele investe em direção da presidência da republica. Agora ele vai ver com quantos paus se faz uma cancela.

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