Logo
que Barack Obama foi eleito presidente dos EUA, ficou famoso
mundialmente um livro seu: “A audácia da Esperança”, título que nos
inspira, em meio à pandemia que assola o mundo. Dois poemas surgidos, de
tão belos, os citaria e declarava encerrado este texto e estaria feliz.
Um é de Irene Vella, publicado, em francês, e que o apresentador
português Rui Unas emprestou sua voz e o fez viralizar. É uma beleza. O
tempo presente se torna passado.
“Era março de 2020... As ruas estavam vazias, as lojas fechadas, as pessoas não podiam sair. Mas a primavera não sabia (...).
Era março de 2020... Os jovens tinham que estudar online e arranjar como se ocupar em casa, as pessoas não podiam ir mais aos centros comerciais nem tão pouco ao cabeleireiro. Dentro em breve não haveria mais vaga nos hospitais, e as pessoas continuavam a adoecer (...).
Era março de 2020... As pessoas foram colocadas em confinamento, para proteger avós, famílias e crianças. Acabaram as reuniões e refeições em família. O medo tornou-se real e os dias eram todos iguais (...).
As pessoas começaram a ler, a brincar com a família, a aprender nova língua. Cantavam nas varandas e convidavam os vizinhos a fazer o mesmo. As pessoas aprenderam uma língua nova, ser solidários e concentravam-se n'outros valores.
As pessoas aperceberam-se da importância da saúde, do sofrimento, deste mundo que tinha parado, da economia que tinha tombado (...).
Então chegou o dia da libertação. As pessoas ouviram na televisão: ‘ - O vírus perdeu!’. As pessoas saíram às ruas. Cantavam, choravam, abraçavam-se os vizinhos... sem máscaras, nem luvas... E então o verão chegou, porque, a primavera não sabia. Ela continuou lá, apesar de tudo, apesar do vírus, apesar do medo, apesar da morte... Porque a primavera não sabia... mas, ensinou às pessoas... o Poder da Vida”.
No Nordeste brasileiro conhecemos praticamente duas estações: verão e
inverno. É tempo chuvoso. É o mês de nosso Padroeiro, São José, a quem
quase sempre rogamos pedindo chuva. Choveu, chove, mas, no dia do Santo
não fomos à Missa, os padres celebraram sozinhos nas Igrejas. O homem do
campo, agradeceu, mas, de sua casa. Olhou a lavoura e parece que ajudou
à chuva, unindo a ela algumas lágrimas, mas, não perdeu a Esperança em
Deus e no amanhã.
Aí entra o amigo Dr. Ronaldo Frigini, com seu belo “Templo vazio”:
“Eu
vi, Senhor/ Os bancos de teu Templo vazios/ Todos os teus não estavam
neles/ Mas Tu estavas lá.// Eu vi Senhor/ O teu ungido a dignificar-Te/ E
proclamar a Tua palavra/ Por que Tu estavas lá”. E, a exemplo d’A
Primavera não sabia, apresentou-nos uma luz: “Eu percebi Senhor/ Que
embora estejamos cada um no escondido/ Tu nos dás força e coragem/ Para,
no tempo que é Teu, podemos voltar para lá”.
Março é, ainda, mês do Museu Diocesano Dom José que completa 69 anos e
do Jornal Correio da Semana que chega aos 102 anos. Celebraremos tudo
depois, pois, Deus tudo sabe, nos protege e tem seu Tempo, e, pedimos ao
Criador, pela intercessão da Virgem da Conceição, padroeira de Sobral,
dos Santos e Santas que foram cientistas, médicos, enfermeiros,
militares e jornalistas, proteção aos que trabalham e o fim dessa
pandemia e as luzes do Espírito Santo aos cientistas para que encontrem a
solução médica para essa doença. Amém!
(*) José Luís Lira
é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do
Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito
Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina)
e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É
Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte
livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais
brasileiras.
Postagem digna de ser lida por todos. Parabéns.
ResponderExcluir