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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 26 de maio de 2020

O legado deixado pela Imperatriz Leopoldina ao Brasil ¬ por Armando Lopes Rafael



   A historiadora Valdirene do Carmo Ambiel -- no seu livro “O novo grito do Ipiranga” -- afirma que “Dona Leopoldina foi uma personagem muito cultuada e admirada no século XIX (ou seja, no Brasil Imperial), mas infelizmente quase esquecida no XX” (ou seja, depois da instauração da República no Brasil).

    Mas isso não ocorreu por acaso e sim de forma programada pelas novas autoridades republicanas. Aliás, no prefácio do livro acima citado, Cláudio Prado de Mello escreveu: “A partir de informações passadas pelos “vencedores”, (ou seja, os golpistas republicanos responsáveis pela derrubada da monarquia em 15 de novembro de 1889) que formataram os livros de História no início do século XX, eles contaram “sua versão da História” do período monárquico sob a ótica de uma temida Restauração que algum dia poderia ocorrer”.

      Já o Prof. Paulo Napoleão Nogueira, em artigo publicado no “Diário Oficial Leitura escreveu: “Nos cem anos nos quais vigorou a proibição de sequer falar-se em monarquia, o País foi programaticamente induzido a esquecê-la. Diretrizes governamentais de todos os tipos, explícitas ou dissimuladas, foram adotadas nesse sentido. Substituíram Pedro I por José Bonifácio, mas a figura do Patriarca não calou fundo, além do que ele próprio era um defensor da monarquia”.

       Anos atrás, o historiador Paulo Rezzutti, escreveu um livro, “D. Leopoldina: a História Não Contada”. A revista “Veja” divulgou o texto abaixo sobre este livro:

        “Culta, esclarecida e decidida, Leopoldina dedicou-se com fervor ao movimento pela separação de Portugal depois que a corte de dom João VI retornou à Europa, o herdeiro Pedro permaneceu como seu representante e o Brasil se viu na iminência de voltar a ser mera colônia”. “Ela se apaixonou pela causa e abandonou o sonho de retornar à Áustria. “Costumo dizer que o ‘fico de Leopoldina é bem anterior ao de dom Pedro”, diz o pesquisador Paulo Rezzutti, autor do livro acima citado.

“Além da preocupação sincera com o futuro dos brasileiros ela era querida e admirada pela população, a mulher de dom Pedro tinha motivos muito práticos para apoiar a independência. Independentemente das razões que a moviam, a relevância política de Leopoldina é incontestável. Em pelo menos três ocasiões em que viajou, dom Pedro a instalou como sua representante no Rio. Ela presidia o Conselho de Estado, órgão que assessorava o príncipe, na sessão de 1822 em que os conselheiros se puseram a favor da separação do Brasil de Portugal e da contratação de mercenários para a luta contra as tropas portuguesas. O passo seguinte foi o grito às margens do Ipiranga”. “A biografia retrata com pinceladas até então desconhecidas a jovem arquiduquesa da rica e poderosa casa austríaca de Habsburgo que se casou por procuração com dom Pedro". 


 Bandeira do Brasil, criada em 1822. O verde representava a cor da
Casa de Bragança (do Imperador Dom Pedro I) e o amarelo representava a
cor da Casa de Habsburgo (da Imperatriz Leopoldina)




4 comentários:

  1. D. Leopoldina, era uma Habsburgo, uma das famílias mais nobres e prestigiadas da Europa. Uma mulher criada para ser nobre e ter um comportamento nobre, principalmente em relação ao matrimônio.

    Seu marido, foi criado no Brasil, tendo centenas de amantes e aventuras sexuais sem compromissos; etiqueta e nobreza real, eram características que o primeiro imperador não possuía. As centenas de cartas que a imperatriz mandava as suas irmãs na Áustria, contando sobre sua grande tristeza e o verdadeiro inferno que vivia aqui no Brasil.

    Em muitas cartas ela escrevia “estou em uma melancolia realmente negra”, hoje em dia conhecida como Depressão.

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  2. Para resgatar a importância da Imperatriz Leopoldina, apagada pela história, na Independência do Brasil, foi lançado o movimento #foiela. De acordo com a iniciativa, Maria Leopoldina de Áustria (1797-1826), esposa do Imperador Dom Pedro I (1798-1824), foi quem assinou, em 2 de setembro de 1822, o decreto da independência — que, cinco dias depois, culminaria no Grito do Ipiranga.

    A ação é apoiada pelo grupo “Mulheres do Brasil”, liderado pela empresária Luiza Trajano, que deseja que a história brasileira dê à imperatriz o devido reconhecimento e resgate do seu papel no processo que colocou o país na fase Imperial. O movimento convoca o público a compartilhar a hashtag #foiela e passar essa história adiante.

    O que dizem os historiadores é que, ao se ausentar da Corte em agosto de 1822, por conta de sua viagem a Portugal, Dom Pedro I transferiu oficialmente, pela primeira vez, o poder de governo do Brasil à Leopoldina, que passava a ser a Regente do Brasil

    Dias depois da partida de Dom Pedro, a Princesa Leopoldina tomou conhecimento de uma mensagem da Coroa Portuguesa exigindo que a família real voltasse imediatamente para Portugal. Coube a ela convocar José Bonifácio e o Conselho de Estado para definir o futuro do Brasil.
    No dia 2 de setembro de 1822, esse grupo, liderado pela Princesa Regente, decidiu pela independência. Coube a ela, então, assinar a carta que seria entregue a D. Pedro e que formalizava a posição que se acreditava ser a mais acertada para eles e para a nação. Sob presidência dela, foi deliberado ao Dom Pedro realizar a independência política entre Portugal e o Brasil e que culminou no grito do Ipiranga.

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  3. Realmente, uma grande mulher. Suas virtudes pessoais (caridade, simplicidade, religiosidade, honestidade,lealdade, etc.)foram imensas. Tenho-a como uma mulher Santa.

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  4. Prezado Amigo - A imperatriz Leopoldina é digna desse seu comentário. Mas, se ele não fosse anônimo o seu valor seria imensamente maior. Abraços.

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