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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 2 de setembro de 2022

13 - Era do Império - Por EQUIPE PEDRO II DO BRASIL.

 A grande ansiedade e a importância que o próprio Pedro sentia no como deveria agir, o que pensariam, o deixava mais atormentado e cada vez menos racional e prático.

O tempo foi se passando e o monarca cada vez mais se fechava em seu próprio mundo, em meio a seus gostos particulares; cada vez mais largava a postura majestática e lutava para se afirmar como uma pessoa mais real e comum.

Um Imperador, vestido com roupas simples, esbranquiçadas e gastas. Um monarca de um Império que sentava em uma calçada e conversava com o leiteiro que entregava as garrafas de leite nas portas das simples residências.

Aparentar estar descontente com o fardo de sua coroa, era uma obrigação. Não era uma dupla personalidade, mas sim uma única personalidade que tinha que ser dividir em duas. Cortá-la ao meio, deixá-la sangrando muitas vezes, conflitar com valores e sentimentos que estavam claros em sua mente e coração, mas que não poderiam ser evidentes para os outros.

Um menino que aprendeu a nunca dizer não para seus deveres com o Brasil, a nunca deixar de cumprir com a Constituição e o fardo que seu pai lhe deixou como herança.

Uma herança que Pedro não enxergava como deixar de ser herdada, não existia a possibilidade de recusá-la, desde que nasceu esta responsabilidade não era uma escolha, mas sim um fato, ele querendo ou não.

Como dizer não a este fardo? Como renunciar a algo que ele mesmo não tinha idéia se era renunciável?

Como botar em risco um país inteiro, milhões de pessoas por algo que poderia passar de uma imaturidade passageira?

Continua na próxima postagem.

2 comentários:

  1. Em 1890, uma pneumonia instalou-se em seus pulmões, o limitando a ficar na cama de solteiro de seu quarto, escrevendo seus amados contos e poesias e lendo seus livros preferidos.

    Mesmo doente Pedro se aventurou em um passeio em carruagem aberta as margens do rio Sena em um dia chuvoso e extremamente frio.

    Alguns meses após a doença e tratamento sem bons resultados, morrera naquela cama sozinho, com o saco de areia da praia de Copacabana em seu bolso.

    O velório foi digno de um imperador da França, devido a tal prestigio que Pedro gozava entre os intelectuais e nobres da Europa .

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  2. Os deputados e senadores brasileiros, quando da abdicação e partida do Imperador Dom Pedro I, depositaram em Dom Pedro II, ainda com 5 anos de idade, suas esperanças: "já temos Pátria, temos um monarca, símbolo da união e integridade de nosso Império. Que, educado entre nós, receba no berço as primeiras lições da liberdade americana, aprenda a amar o Brasil que viu nascer".

    "Dentre os preceitos que Itanhaém e Pedro Mariana procuraram incutir no jovem imperador estavam: que todos os seres humanos devem ser considerados como iguais, que ele deveria procurar ser imparcial e justo, que criados públicos e ministros de estado devem ser cuidadosamente vigiados, que ele não deveria ter favoritos e que sua preocupação sempre deveria ser para o bem-estar público. Ambos tinham como objetivo "criar um monarca humano, honesto, constitucional, pacifista, tolerante, sábio e justo. Ou seja, um governante perfeito, integralmente dedicado a suas obrigações, acima de quaisquer paixões políticas e interesses particulares". Itanhém mais tarde chamou Cândido José de Araújo Viana (posterior Marquês de Sapucaí) para ser um dos instrutores de Pedro II, com ele e o monarca também se dando bem."

    Desnecessário dizer que eles obtiveram êxito na empreitada, pois Dom Pedro II foi muito mais do eles sonharam...

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