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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 17 de setembro de 2022

23 - Era do Império, Por Equipe Dom Pedro II do Brasil.

Tereza Cristina, imperatriz do Brasil.

Em uma viagem de trem pela Alemanha Pedro soube que o filósofo odiado por muitos Friedrich Wilhelm Nietzsche estava em uma cabine próxima, então Pedro apresentou-se como um cidadão comum, conversaram durante 5 horas, apenas após a longa conversa em alemão confessou ser Imperador do Brasil, quando o radical e avesso a monarquias ouviu a confissão levantou-se, começou a rir; disse que nunca imaginaria como um homem tão simples, educado e inteligente poderia ser monarca de um império tão grande. Friedrich Wilhelm Nietzsche e D. Pedro II do Brasil correspondiam-se mensalmente dividindo ideias e assuntos íntimos de sua vida afetiva conturbada mantendo esse contato e admiração até sua morte.

Dom Pedro II estava em Paris e não poderia deixar a cidade sem conhecer Victor Hugo, por quem nutria grande admiração. Contrariando todas as orientações diplomáticas, pediu, por meio da embaixada brasileira, que Victor Hugo viesse visitá-lo no hotel onde estava hospedado. A resposta do escritor francês não poderia ter sido mais dura e deselegante: "Victor Hugo não vai à casa de ninguém...". A surpresa da resposta grosseira mal educada só não foi maior do que a nobreza de Dom Pedro II. Após duas outras tentativas frustradas, ele mesmo decidiu ir ao encontro de Victor Hugo. 

Na manhã do dia 22 de maio, Dom Pedro bateu à porta do apartamento do escritor, na rue Clichy, 21 – centro de Paris. Surpreso em choque, Victor Hugo abriu a porta e ao longo das horas o coração. A conversa durou extensas 12 horas. Nascia ali uma linda e respeitosa amizade. Victor Hugo morreu oito anos depois. Quando este faleceu, a filha de Victor Hugo prestou homenagem ao leal amigo de seu pai, mandando lhe manuscritos inéditos de várias obras. Pedro II e Victor Hugo trocavam correspondências semanalmente. Quando o imperador partia do encontro – já era bastante tarde – Victor Hugo disse-lhe, com seu fino e espiritual sorriso: Sire, eu não saberia vos dizer como estou contente que não tenha na Europa soberano como vós. – Como assim? Pergunta Dom Pedro. – Porque, responde Victor Hugo, nós estaríamos fortemente complicados, eu e meus amigos republicanos, para não dizer que iríamos ter infinitas dificuldades em nossa crença! Dom Pedro II explode de rir e vai embora como homem amável e de bom espírito. Victor Hugo grita já ao longe “Sorte do Brasil!” “Viva o Imperador Cidadão!”.

Todos familiares foram expulsos com a roupa do corpo , a Imperatriz do Brasil Dona Teresa Cristina , não pode nem levar uma maleta com algumas mudas de roupas para trocar no decorrer da viagem . Seu neto e grande amigo Pedro Augusto que já sofria de esquizofrenia e tinha melhorado bastante graças as visitas do doutor Freud e ajuda de Alan Kardec, teve um novo surto, talvez o pior de todos de sua vida, tentando jogar-se ao mar gritando por socorro e amordaçado por militares a mando de Deodoro . Pombos com mensagens bilhetes de ajuda dentro de garrafas foram jogados em meio a saída da baía de Guanabara e até mesmo em alto mar, foram inúteis, mesmo com algumas garrafas que chegaram ao litoral carioca, paulista, cearense e baiano dias depois...

O povo acordou no dia seguinte com tropas militares desfilando e espancando a população que em estado de choque não entendia o que estava acontecendo . Vários artistas e intelectuais da música, do teatro, jornalistas, escritores, poetas foram exilados para Angola e Amazônia. Além do começo de uma grande ditadura e o rompimento de todos os processos sociais de melhoria da vida dos recém libertos da abolição e o fechamento dos principais jornais da época que começaram a sofrer severa censura por tempo indeterminado.

Reforçando ainda este ideal de que a educação foi fundamental para o caráter de Dom Pedro II, Barman, evidencia que “O Imperador considerava a educação como de importância nacional e era ele mesmo um exemplo do valor do aprendizado”. Heitor Lyra expõe em seu livro ‘História de Dom Pedro II (1825–1891)’ uma fala do imperador em que fica claro o enraizamento da intelectualidade no seu pensamento, onde ele diz que “Se não fosse Imperador, gostaria de ser um professor. Não conheço tarefa mais nobre do que direcionar as jovens mentes e preparar os homens de amanhã”.

Dois anos e meio após a morte de Leopoldina, o imperador casou-se com Amélia de Leuchtenberg. O Príncipe Pedro passou pouco tempo com sua madrasta; no entanto, criaram um relacionamento muito afetuoso e mantiveram contato até a morte dela em 1873. O imperador Pedro I abdicou em 7 de abril de 1831, após um longo conflito com a facção liberal (que por sua vez iria mais tarde dividir-se nos dois partidos dominantes na monarquia, o Conservador e o Liberal) dominante no parlamento. Ele e Amélia partiram imediatamente para a Europa, onde Pedro I iria lutar para restaurar sua filha Maria II, cujo trono em Portugal foi usurpado por seu irmão Miguel I. Deixado para trás, o Príncipe Imperial Pedro tornou-se "Dom Pedro II, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil". Um Defensor de 5 anos de idade.

4 comentários:

  1. Caro Morais:
    Essas pequenas postagens – feitas nos últimos dias – sobre o reinado do Imperador Dom Pedro II– O Magnânimo, teve o mérito de informar, principalmente às novas gerações, O QUE FOI REALMENTE O PERÍODO MONÁRQUICO NO BRASIL. Sabemos que após o golpe militar de 15 de novembro de 1889 que impôs (ao Brasil e aos brasileiros), a forma de governo republicana, sem apoio do povo, os golpistas proibiram-nos de falar, sequer no tema Monarquia.

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  2. Essa proibição. vigorou como “cláusula pétrea” (ou seja, que não pode nem ser mudada) em 5 (cinco) das 6 (seis) “constituições republicanas” que foram promulgadas ao longo de 100 (cem ) anos da fracassada REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (a qual, depois teve o nome mudado, a partir de 1967, para “República Federativa do Brasil”). Ademais, os conteúdos historiográficos e didático-pedagógicos dos livros de História do Brasil, aprovados pelo Ministério da Educação, NO PERÍODO DE 1889 A 1988 eram manipulados para que os brasileiros não soubessem as vantagens da forma do governo monárquico, nem o que foi o Brasil durante 389 anos de monarquia (de 1500 a 1889).

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  3. Assim, sucessivas gerações de brasileiros NASCERAM, VIVERAM E MORRERAM sob as “mentiras” do regime republicano na nossa Pátria, sem conhecer a verdade dos fatos. Esta verdade, somente começou a vir à tona, após a Constituição de 1988 (que já foi muito remendada, mas ainda está em vigor) a qual retirou a famigerada “Cláusula Pétrea!”, concedendo-nos liberdade para que nós pudéssemos estudar o que foi realmente o glorioso BRASIL IMPÉRIO.

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  4. Prezado Armando Rafael - Raimundo Lucas Bidim era um varzealegrense inteligente, interessado pela história e decepcionado com a república fez essa décima que mostra muito bem a diferença entre Monarquia e república:

    Olhando a antiguidade
    A noite quando me deito
    Fico a sonhar sobre o leito
    Com o Brasil dos Andradas
    Ali a honestidade
    nascia do coração
    Roubo, furto e destorção
    Hoje é quem nasce primeiro
    Em cada dez brasileiro
    Tem oito ou nove ladrão

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