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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 25 de junho de 2020

A bem da verdade – por Dom Bertrand de Orleans e Bragança (*)


A própria Família Imperial Brasileira tem sangue negro correndo em suas veias, da Princesa Zaida de Sevilha, casada com Dom Afonso VI, Rei de Leão e Imperador da Hispânia, e de Ludovico, o Mouro, Duque de Milão.
 
   Por ocasião da palestra que proferi na terça-feira, dia 16, no canal no YouTube da Fundação Alexandre de Gusmão, do Ministério das Relações Exteriores, certos veículos de comunicação de massa atribuíram a mim a seguinte declaração: “Não há racismo no país [sic]”. Para usar o termo corrente, trata-se de mais uma “fake newsda hoje tão desprestigiada grande imprensa. “Ipsis litteris”, o que afirmei foi o seguinte:

“Enquanto certos países têm um problema racial muito violento, aqui nós não temos. Estão procurando criar esse problema racial, mas não conseguem; aqui, todos nos damos bem. Todo brasileiro tem um pouco de sangue branco, de sangue índio e de sangue negro; isso deu uma mistura extraordinária, temos um povo fabuloso, um povo que tem um calor humano que nenhum outro tem.”

    Hoje, confirmo e reitero minhas palavras do dia 16. De fato, o Brasil tem problemas, mas nunca segregamos nossos compatrícios, e jamais conhecemos “apartheids” neste País. Isto porque – com a possível exceção de famílias que imigraram há apenas uma ou duas gerações – todo brasileiro traz dentro de si a fé e o empreendedorismo dos portugueses, o espírito intuitivo e maravilhável dos índios e a bondade, a força e o afeto dos africanos, que depois foram somadas às boas características de alemães, italianos, libaneses, japoneses e tantos outros povos que afluíram para esta abençoada Terra de Santa Cruz.

    Graças a essa maravilhosa miscigenação, o povo brasileiro é bom. E aquilo que tão orgulhosamente chamamos de “brasilidade” nos distingue de maneira singular dentro do Concerto das Nações. A própria Família Imperial tem sangue negro correndo em suas veias, da Princesa Zaida de Sevilha, casada com Dom Afonso VI, Rei de Leão e Imperador da Hispânia, e de Ludovico, o Mouro, Duque de Milão.

Imperadores Dom Pedro I, Dom Pedro II e a Princesa Isabel

    Meu Bisavô, o Marechal Conde d’Eu, após ter liderado as tropas vitoriosas da Tríplice Aliança na Guerra do Paraguai, aboliu a escravidão no país vizinho. Sua insigne Esposa, a Princesa Isabel, veneranda Redentora do elemento servil, sacrificou seu Trono para que o Brasil tivesse a felicidade de assinalar com festejos e flores aquilo que outros países tiveram o infortúnio de marcar com lutas fratricidas e derramamento de sangue.

     Sendo assim, como Príncipe brasileiro e católico, herdeiro de nosso glorioso legado e cioso de minhas responsabilidades para com meu País e meu povo, eu jamais poderia aderir a ideologias estranhas e enganadoras, disseminadoras da discórdia e da convulsão social, que no espírito marxista da luta de classes se empenham com afinco para criar um clima de animosidade entre os brasileiros.

     Lembremos sempre que uma Nação é, antes de tudo, uma grande família com um destino em comum a realizar. Com esta certeza, rogo a Maria Santíssima que abençoe o Brasil e seu povo maravilhoso.
(*) Dom Bertrand de Orleans e Bragança é o Príncipe Imperial do Brasil. Ou seja, é o segundo colocado na ordem de sucessão do Trono Brasileiro.

3 comentários:

  1. A Princesa Isabel já em seu exílio em 1904 foi perguntada por que a família raramente usava as joias Imperiais no Brasil. Princesa Isabel respondeu que tanto ela como sua mãe, sabia que aquelas joias não as pertenciam.

    Que poderiam usar a qualquer hora em qualquer ocasião, mas raramente enxergavam motivos para usa-las. “Ainda mais se tratando de adornos grandes, pesados e de extrema “arrogância” com nosso povo”.

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  2. Em Particular a Imperatriz Teresa Cristina sempre foi alvo de jornais e nobres da época por sua simplicidade e falta de capricho em seus trajes e adornos. Sempre muito discreta, só usava suas joias de cunho pessoal, nunca usou as joias do cofre Imperial, as tais “joias da coroa”.

    A mídia zombava de uma Imperatriz que se vestia como uma senhora de classe média.

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  3. Prezado Amigo Armando - Sua postagem e os dois comentários que eu copiei mostram, revelam e declaram a verdadeira nobreza da família real e da monarquia. Espirito humano, presença de Deus e pureza d'alma. Tudo nascido do berço.

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