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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 8 de junho de 2020

SAI PRÁ RECEBER ! Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Qual o time pequeno que não atravessa sérias crises financeiras, mas teima em existir por força dos que fazem futebol por ideal ?
Com o Quixadá, o famoso “quixinha”, não foi diferente nos anos 1960, quando foi presidido pelo desportista Fernando Holanda.
Nesse período, teve até um endereço em Fortaleza  e fazia os seus jogos na capital, talvez por falta de apoio da prefeitura.
Num momento de crise financeira braba, os salários atrasaram de tal maneira, que os jogadores resolveram fazer greve.
Numa partida marcada para o PV, se juntaram na pracinha em frente ao estádio e mandaram avisar ao presidente Fernando Holanda que não iriam a campo se não tivessem a certeza de receber, pelo menos, parte dos ordenados atrasados.

“Depois do jogo, eu prometo que vocês vão receber. A cota do jogo vai estar  reservada e garanto que todos vão receber”, apelou o presidente para os jogadores.
Convencidos do “vocês vão receber” jogadores foram para o jogo.
Fernando Holanda durante as partidas se posicionava no banco de reservas ao lado do treinador.
Numa jogada, próxima ao banco, o meia Humberto, que era bom de bola, dominou a redonda e procurou um companheiro para passá-la.
Não apareceu ninguém, marcação severa do adversário, , mas Humberto prendeu a bola por um bom tempo procurando o espaço para um passe que seqüenciasse a jogada.
Fernando Holanda ficou tão agoniado na hora, que não conteve o grito: “Sai prá receber” !
Os jogadores do “quixinha” que estavam na jogada, desenvolvida  perto do banco de reservas, tomados por um impulso, esqueceram o jogo e fecharam em cima do dirigente: “Vamos receber agora presidente” ?
A resposta não poderia ser outra: “Ora, vão prá merda. Sair prá receber a bola. Dinheiro só depois do jogo.”
Por molecagem, ou não, dos atletas, o fato foi divertido e inusitado.

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