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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 25 de junho de 2022

Zuza Benício é história - Por Antônio Morais.


A primeira vaquejada de Várzea-Alegre, me corrijam se estiver errado, foi em 1966. Promovida pelos senhores Eliseu Sátiro e Dr. Luiz Luciano.
O parque foi montado  na saída da cidade entre as vias que servem de acesso por um lado ao Sanharol e pelo outro ao Roçado Dentro. Um área de terra pertencente, à época  ao senhor Mundoca Jucá.
Foi um sucesso. Ali se conheceu  uma  vaca da raça  nelore chamada "Tamarina", pertencente ao pecuarista Laércio Freitas, que nunca alguém conseguiu derrubar.
Naquela vaquejada Zuza Benício  montava  um cavalo do senhor Eliseu Sátiro conhecido por "Pombo Roxo". Um animal muito bonito e famoso, porém, sem nenhum traquejo para o exercício da vaquejada.
Numa disputa, Pombo Roxo tropeçou  no boi  e caiu por cima do vaqueiro Zuza Benício que foi parar no hospital, tirando  muito do  brilho do evento.
Os cavalos campeões pertenciam ao senhor Chiquinho de Sales,  do distrito de  Arrojado em Lavras da mangabeira, montados pelo Manuelzinho aboiador e Raimumdo Mossoró.
Na disputa final com apostas de grandes valores "Tamarina"fez finca pé, parou e arrancou  de vez, deixando para trás os vaqueiros. 
Ganhou as apostas quem acreditou em "Tamarina", uma vaquinha pequena mas, treinada e ensinada a deixar na poeira os cavalos daquela época que não tinham as habilidades dos de hoje em dia. 
Nas minhas idas ao sitio "Unha de Gato", quando a mim pertencia, sempre que passava  no  sitio Capão parava  para  levar um lero agradável  com o amigo Zuza Benicio.  A noticia de seu falecimento  me enche de tristeza  pela  perda de um amigo. 
Meus sinceros votos de pesar a família. 

4 comentários:

  1. Tamarina era uma vaca da raça nelore pertencente ao senhor Teobaldo da Fazenda Lambedor em Farias Brito. Treinada e ensinada para deixar vaqueiros na poeira. Adquirida pelo agropecuarista Laércio de Freitas que a presenteou ao senhor João Costa Bitu. Numa vaquejada em Jaguaribe, um apostador de alto valor perdendo a aposta se aproximou da vaca e a matou com um tiro de revolver 38 bem na testa.

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  2. Vai-se para Deus um dos vaqueiros tradicionais de V. Alegre. Grande homem, amigo e parceiro que, além de agropecuarista, tinha uma arte impressionante de curar bicheiras em animais.

    Por muitas vezes o procuramos no Sítio Capão, onde fomos atendidos e somos testemunhos dos resultados reais de suas rezas. Registre-se que, da sua casa, ele proferia a cura dos animais, que permaneciam lá mesmo onde estavam pastando.

    Lembro da vaquejada em que o Sr. Zuza sofreu uma queda do animal. Eu era menino pequeno e estava no lado da cerca na hora em que o acidente aconteceu.

    Fiquei assombrado com a cena orrível do cavalo bolando por cima do seu corpo, que ficou estirado no chão, quase atolado na poeira da pista de vaquejada. Aquele momento ainda passa na minha visão atualmente.

    Vai com Deus...

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  3. Prezado amigo Antonio Gonçalo - Mais de uma vez já disse que é prazeroso escrever, relatar um fato e ver um testemunho como esse seu. Naquele dia seu Zuza superou a trauma da queda. Hoje Deus o convoca para o reino do céu.

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  4. Minha memória de infância, na Cachoeira, é enriquecida com o aboiar desse vaqueiro de sorriso contagiante.
    Muitas vezes ouvi suas conversas com meu avô.
    Várzea Alegre tem no seu povo a maior fonte de cultura.

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