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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

A ENFERMIDADE DO FUTEBOL BRASILEIRO ESTÁ NA BOLA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


Pois é, a responsabilidade da má qualidade do futebol que se joga no Brasil é da bola, cujo estado de saúde inspira cuidados.

Brinquedo essencial nos tempos de criança, está sendo maltratada pelos adultos que parecem ter medo dela.

Já afirmei repetidas vezes que a bola não se dá bem com quem a teme, não a trata bem e não a chama pelo nome de mulher.

Maior jogador da Copa do Mundo de 1958, Didi “folha seca” a tratava por “Leonor”.

O mais complicado por parte de quem dela precisa para o seu oficio é que, ao obedecer a um modismo estúpido que assola os nossos campos, jogadores chegam a rejeitá-la, a serviço de esquemas feios e covardes.

Onde já se viu uma coisa dessa, num futebol como o nosso, fundado na individualidade e no prazer de jogar?

É triste observar a crônica especializada, mesmo diante de exames que atestam a doença da “Maricota”, a ignorem solenemente, ao criar artifícios para negar os sintomas.

Como disse o escritor Roberto Drumond, autor de “Hilda Furacão”, a bola não tem ideologia: vai pela direita, pela esquerda e pelo centro.

Agora, só aceita contato com quem não a rejeite e tenha habilidades carinhosas.

A bola está enferma e aborrecida.

Sua cura, segura e completa, só será possível, com um sistema de saúde competente estruturado pelos donos do espetáculo.

Carpinejar, o poeta, arremata: “A bola é um pássaro durante o chute, um peixe dentro do gol”.

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